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Aquecimento global favorece a incidência de leishmaniose

15 de agosto de 2009
2 min. de leitura
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Leishmaniose canina é uma doença parasitária infecciosa causada por um mosquito, o flebótomo, também chamado de “mosca da areia”. Trata-se de um inseto pequeno, de 2 a 3 mm, com uma coloração cor de palha que transmite a doença aos cães, a animais silvestres como a raposa e às pessoas. 

Normalmente, a leishmaniose canina surge em cães com mais de 1 ano de idade e mais frequentemente em animais de pêlo curto ou que vivem no exterior. Frequentemente o cão tem um aspecto saudável, mesmo já estando infectado, e os primeiros sintomas surgem já numa fase mais avançada da doença.

O parasita multiplica-se na pele, na medula óssea, no baço, no fígado e nos linfonodos, originando um quadro de sintomas tardio, de progressão lenta e muito variável. Os sintomas mais comuns são a queda de pêlo; emagrecimento; fraqueza geral; apatia; febre irregular; feridas cutâneas persistentes que não cicatrizam, aumento exagerado das unhas (Leishmaniose cutânea); dilatação do fígado ou do baço; diarreia e vómitos (Leishmaniose visceral). 

O maior risco de infecção está diretamente relacionado com a época ativa do inseto transmissor que começa com o início do calor – normalmente em abril, estendendo-se até outubro. Em anos mais quentes pode iniciar-se em março e terminar em novembro.

Recentemente, o Observatório Nacional das Leishmanioses realizou um rastreio nacional a mais de 4000 cães, e concluiu que na amostra estudada existe uma prevalência total de 6%, o equivalente a cerca de 110 mil cães infectados, se os dados do estudo forem extrapolados para o total da população canina em Portugal. Foram abrangidas 53 cidades e vilas, sendo que Beja, Castelo Branco e Portalegre são os três distritos mais afetados, com uma prevalência superior a 10%. 

Este estudo dá um real conhecimento da infecção em Portugal, da sua distribuição pelo território nacional no mesmo período de estudo e permite dar uma resposta mais adequada às necessidades de cada região. Pretende-se que as conclusões desta investigação possam esclarecer e sensibilizar as populações para a Leishmaniose Canina.

Ao sensibilizarmos as entidades mais envolvidas no combate à doença, estamos a proteger os cães da doença. Estudos sobre o aquecimento global e a evolução climática mostram que há uma tendência para o alargamento das zonas endêmicas para áreas mais a norte.

A Organização Mundial de Saúde recomenda que perante este quadro os países devem colocar rapidamente em prática sistemas de alerta e de controle que permitam proteger as populações desta e de outras patologias infecciosas diretamente afetadas pelo aumento da temperatura global.

É recomendado que se encoraje os donos dos cães a colocarem nos seus animais as coleiras impregnadas de deltametrina. A utilização destas coleiras poderá reduzir o contato entre o flebótomo e os cães, de tal forma que poderá diminuir o risco de transmissão aos animais.

Fonte:  Expresso

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