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Animais são submetidos a sofrimentos extremos em testes ineficazes para pesquisas de câncer de mama

14 de agosto de 2009
4 min. de leitura
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Por Adriane R. de O. Grey (da Redação-Austrália)

Todos sabemos que o câncer de mama é uma doença séria que afeta muitos de nós de uma ou outra maneira, seja por experiência pessoal ou por meio de alguém que conhecemos. Mas será que temos consciência de que o câncer de mama afeta também os animais?

É verdade. A doença é artificialmente induzida em macacos, ratos, coelhos, gatos, cachorros e outros animais que passam uma vida de sofrimento e privações para que possamos descobrir a cura do câncer de mama em seres humanos.

É verdade também, no entanto, que o uso de animais nas pesquisas científicas para a cura do câncer de mama não é eficiente e tampouco confiável. Os animais são significamente diferentes de nós, em termos citológicos, fisiológicos e genéticos e já ficou constatado que o que funciona como tratamento terapêutico para eles não tem o mesmo resultado para nós. “A história da pesquisa do câncer é a história da cura do câncer no rato. Nós temos curado o câncer do rato há décadas, mas simplesmente não funciona com humanos”, afirmou o diretor anterior do Instituto Nacional do Câncer nos Estados Unidos, Dr. Richard Klausner.

Afirmação  um tanto constrangedora se pensarmos que milhares de vidas estão sendo disponibilizadas e sacrificadas em vão como instrumentos de uma experimentação confessadamente inútil e infrutífera que não ajudou a curar o câncer em “décadas” de sofrimento para os animais.

Diferenças biológicas entre animais humanos e não-humanos determinaram este fracasso. No entanto, há a certeza de semelhanças entre ambos: os animais, como nós, também são capazes de sentir dor, medo e solidão.

“Na busca da cura do câncer de mama, mais especificamente falando, a ausência de resultados positivos para a saúde das mulheres expira de uma vez por todas as tentativas de justificativas para estes experimentos. Pesquisas humanitárias, sem o uso de animais, têm sido conduzidas por organizações éticas e compassivas que focalizam sua investigação em como este câncer inicia-se nas mulheres e na identificação de meios de combate aos fatores genético e ambiental que sabidamente aumentam o risco da doença.

A prevenção é a melhor maneira de combater o câncer de mama. A partir desta evidência e com o objetivo de trabalhar pela conscientização das mulheres jovens, formou-se em 2000 nos Estados Unidos a Fundação Keep a Breast. Promovendo eventos artísticos, programas educacionais e angariação de fundos que se destinam a instituições de pesquisa com métodos humanitários, a Keep a Breast tem como finalidade principalmente atingir o público jovem, esclarecendo como se realiza o diagonóstico precoce da doença, além de oferecer suporte emocional a pacientes com câncer de mama. Muito especialmente, a organização enfoca a educação e a informação para divulgar métodos preventivos à doença e inspirar a nova geração a adotar um estilo de vida saudável que lhe garanta benefícios a longo prazo.

“Testes nos seios, não nos animais” é, em tradução livre, a campanha que a Keep a Breast e o PETA (http://www.peta2.com/BreastsNotAnimalTests/default.asp ) lançaram em conjunto com o objetivo de aumentar a conscientização e o nível de informação a respeito desta terrível doença bem como da crueldade desnecessária envolvida na pesquisa ineficiente que utiliza experimentos em animais.

A experimentação em animais é comprovadamente prescindível, além de ser cara e moralmente insustentável – cruel e indubitavelmente egoísta. Enquanto há instituições que desenvolvem a pesquisa humanitária, utilizando métodos mais éticos e, na verdade, mais eficientes, muitas outras organizações ainda mantêm os procedimentos inúteis e ultrapassados.

O PETA propõe e apresenta uma carta que podemos enviar por e-mail e que se destina aos executivos de empresas que apóiam financeiramente centros de pesquisas que utilizam a experimentação com animais, pedindo a estas empresas que cessem de apoiá-los e transfiram seus fundos para grupos pesquisadores que utilizam métodos humanitários em suas investigações (https://secure.peta.org/site/Advocacy?cmd=display&page=UserAction&id=2375&peta2_enews&JServSessionIdr001=jyh85z60y4.app306a ). A maioria dos destinatários provavelmente ignorará a mensagem enviada e uns poucos responderão dizendo que os procedimentos que apóiam são legalmente amparados e imprescindíveis à saúde humana. Sabemos no entanto, que esta necessidade não tem mais crédito e que as leis são feitas por seres humanos, infeliz e preponderantemente, para sua conveniência e benefício. Aqueles que almejam um mundo em que todos os seres tenham direito à vida digna e saudável, querendo ou não, acabam por questionar os princípios éticos que as permeiam na esperança de, um dia, poderem usufruir de um sistema legal que proteja a todos.

  Lista de destinatários da carta do PETA:

  John R. Seffrin, American Cancer Society
  Addie Nelson Backlund, American-Italian Cancer Foundation
  John C. Ruckdeschel, M.D., Barbara Ann Karmanos Cancer Institute
  Myra J. Biblowit, Breast Cancer Research Foundation
  Patricia Scott, Coalition Against Breast Cancer
  Lisa Paulsen, EIF, National Women’s Cancer Research Alliance
  Donald L. Morton, John Wayne Cancer Institute
  Priscilla Page, Lynn Sage Cancer Research Foundation
  Janelle Hail, National Breast Cancer Foundation, Inc.
  Louis M. Weiner, M.D., Nina Hyde Center for Breast Cancer Research
  Hala Moddelmog, Susan G. Komen for the Cure
  Annis Tarver, The Cancer Center for Detection and Prevention, Inc.
  Helen Marie Walker, Walker Cancer Research Institute

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