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Cães são preferência nacional na hora de adotar um bichinho

9 de agosto de 2009
4 min. de leitura
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Bastou a porta do elevador abrir ou o carro ser estacionado na garagem e lá estão eles: na entrada, aguardando os companheiros chegarem. Essa rotina é vivenciada por cerca de 31% dos moradores do Recife (PE) que dividem o espaço da casa com cães ou gatos. O mais comum é que o ambiente seja dividido com um casal que tem filhos adolescentes ou jovens. Mas os animais também trazem alegria à rotina de casais sem filhos, com filhos adultos ou crianças, além de solteiros e idosos. O perfil populacional dos pets foi traçado por uma pesquisa solicitada pela Comissão de Animais de Companhia (Comac), realizada em 2.100 imóveis de oito cidades brasileiras. Os dados constataram a velha máxima: os cães ainda são preferência nacional.

A poodle KIka chegou há um ano na casa dos Galindo e já virou o xodó da família. (Foto: Alexandre Gondim/DP/D. A Press)
A poodle KIka chegou há um ano na casa dos Galindo e já virou o xodó da família. (Foto: Alexandre Gondim/DP/D. A Press)

O levantamento mostrou que os cães fazem companhia aos moradores em 79% das casas analisadas, enquanto os gatos estão presentes em apenas 10%. Nos lares que sobraram, 11%, os dois animais vivem juntos. Na casa de Isabela, 13 anos, a pesquisa deixa os números e se torna real. A garota divide o apartamento, no bairro de Boa Viagem, com o irmão Felipe, 14, os pais e a poodle Kika. A nova moradora chegou há um ano e, desde então, é o xodó da família. A mãe, Elisabethe Galindo, conta que cedeu aos pedidos da filha depois de mais de cinco anos de resistência. “Ela sempre quis um cachorro, mas eu achava que era muito cedo. No ano passado, não consegui mais resistir”, diz. Mas ninguém se arrepende da aquisição. Pelo contrário. “Dá um pouquinho de trabalho, mas vale a pena. Ela reconhece quando estacionamos o carro e dá um latido, toda feliz. Também fico alegre porque vou encontrá-la”, conta Isabela.

A veterinária Astrid Kranert, que acompanha há 10 anos a relação entre humanos e animais, recomenda a criação de bichos para famílias com qualquer perfil desde que haja alguém responsável e que o ambiente tenha as condições adequadas. Mas compreende que a prevalência nos lares com adolescentes, semelhante em todas as cidades pesquisadas, se deve aos benefícios para a sociabilização dos jovens. “A partir dos cincoanos, as crianças já podem dividir as responsabilidades e isso é excelente para o desenvolvimento delas. Mas alguns pais se sentem mais seguros quando são adolescentes”, diz. Ela acredita que as ressalvas dos idosos e dos pais de crianças muito pequenas se deve, respectivamente, ao trabalho exigido pela manutenção responsável e aos riscos de saúde ou de desentendimentos entre as crianças e os animais. “Os menores não entendem o que é dor e isso pode gerar uma relação desarmoniosa, de troca de puxões ou mordidas”, ressalta.

Desenvolvida pela empresa Diferencial Pesquisa de Mercado por encomenda da Comac e do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), a pesquisa tinha a intenção de aprofundar o conhecimento sobre “o mundo pet”. Os dados revelaram que, entre as cidades pesquisadas, Porto Alegre foi a que registrou maior população de animais nos domicílios (56%) e Recife a menor (31%). Mas os números, concluíram os pesquisadores, não estão relacionados ao afeto dos habitantes. É que apesquisa ressalta que 75% do mercado está concentrado nas regiões Sul e Sudeste por conta da concentração de renda. “Ter um animal tem custo. Atualmente, existem pessoas que se privam de outros bens para manter um bicho de estimação”, diz a psicóloga, especializada em relações familiares, Rejane Maia, lembrando que o esforço é feito em troca da companhia no mundo atual, corrido e moderno.

Saiba mais

Aonde e como vivem os cães e gatos?

– A população canina é estimada em 25 milhões e a felina em 7 milhões em todo Brasil

– Os cães e gatos estão presentes em 44% dos lares brasileiros

– No Recife, essa média é de 31%, deixando a capital no último lugar do ranking

– Entre as oito cidades pesquisadas, Porto Alegre ficou em primeiro lugar na presença de animais em residências, com 56%

– As outras cidades pesquisadas foram Curitiba (55%), Campinas (52%), São Paulo (43%), Brasília (42%), Rio de Janeiro (41%), Belo Horizonte (37%)

– Nas famílias de Classe A, 52% possuem animais. Na Classe B, 47% e na C, 36%

– A maioria dos animais, 56%, vive em casas. O restante em apartamento

– Lares com casais com filhos jovens e adolescentes são os de maior presença de animais, com cerca de 40%

– Os ambientes que registram menor presença de animais são ocupadas por casais de idosos ou idosos sozinhos (12%) e casais com filhos pequenos (15%)

– Na maioria dos lares, a mulher/esposa é quem cuida do animal (66%)

Fonte: Diário de Pernambuco

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