O golfinho, como espécie em geral, não está ameaçado, mas no rio Sado corre bastante riscos, pelo que o plano do Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICN) tem como principal objetivo a preservação da espécie naquele habitat.  O plano foi discutido com os vários “atores do estuário do Sado” – agentes econômicos incluídos – e aguarda agora a “luz verde” política.

“Discutimos durante bastante tempo o plano de ações com todas as entidades intervenientes no estuário do Sado, já criamos um plano de intervenções e ações concretas, inclusivamente a sua calendarização do ponto de vista orçamental”, explica Tito Rosa, presidente do ICN.

“Em termos técnicos, está praticamente preparado, com grande mobilização de todos os atores do estuário do Sado”, sublinha, considerando que o plano poderá ser aprovado ainda durante a vigência do atual Governo.

A população de golfinhos do estuário do Sado é, sobretudo, afetada pela poluição sonora e ambiental. “A poluição sonora acontece com mais incidência no verão, com os embarcações de recreio e motas de água. Mas a questão central é um problema para os golfinhos e para nós, humanos: o canal norte da cidade de Setúbal está com alguma indústria pesada, com lixo de todo o tipo, a ETAR não trata os lixos urbanos a 100% e há esgoto a sair, a céu aberto para o rio, o que em 2009 é um bocado escandaloso e inadmissível”, refere Pedro Narra, da associação Vertigem Azul.

O plano de proteção dos golfinhos do Sado é idêntico ao criado para proteger a espécie do lince ibérico.

Fonte: Renascença