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Palestrantes do 12° Festival Vegano Internacional avaliam o evento

5 de agosto de 2009
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Leia os depoimentos de Marly Winckler, presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira, e Claudia Lulkin, nutricionista e ativista vegana, sobre o 12° Festival Vegano Internacional, realizado dos dias 22 a 25 de julho no Rio de Janeiro.

Marly Winckler

Com um programa muito variado, que contemplou muitas das questões que afetam os principais problemas das sociedades ocidentais hoje em dia, quais sejam, aquecimento global, destruição da floresta amazônica – e outras áreas naturais – uso e contaminação da água, destruição da biodiversidade, fome, excludência social, pegada social e ecológica, ética da alimentação (como defender a alimentação centrada na carne que não dá para todos), saúde (principais doenças que levam ao óbito estão ligadas a esta alimentação centrada na carne) e assim por diante, o 12º Festival Vegano Internacional teve sua Abertura em grande estilo, com a presença, entre outros, dos parlamentares holandeses, defensores dos animais, Marianne Thieme (presidente do Partido Animal) e Niko Koffeman (senador pelo Partido), e do Secretário do Verde e do Meio Ambiente da cidade de São Paulo, Eduardo Jorge Sobrinho, que vem reiteradamente prestando seu apoio às ações da Sociedade Vegetariana Brasileira, por entender a importância que essa mesma dieta centrada na carne tem no impacto ao meio ambiente, sua exclusão resultando em grandes ganhos para todos.

O programa além de apresentar toda a problemática dos impactos negativos, também apresentou o ´mundo maravilhoso do vegetarianismo´, com muitas demonstrações culinárias, que encantaram o público, destruindo ao mesmo tempo vários mitos de que vegetarianos só comem alface ou que sua comida não tem sabor etc. Ao contrário, foi mostrada a grande diversidade da alimentação vegana, totalmente isenta de ingredientes de origem animal, pelos cerca de 14 chefs nacionais e internacionais que abrilhantaram nosso evento, apresentado pratos que arrancaram suspiros e gemidos de prazer.

Foram mais de 50 palestras, 14 demonstrações culinárias, a Feiras Veg Cultura sem qualquer ingrediente de origem animal, com 18 expositores, 13 oficinas de ativismo, 2 mini-cursos (Dieta Vegana e Alimentação Viva), aulas de ioga e meditação ao som do didgeridoo e 4 Plenárias. Tivemos além disso dois desfiles de moda ética, e várias apresentações artísticas. Vários pôsteres foram apresentados, além dos resultados de uma pesquisa. Também tivemos a premiere do filme Vegan Love, com a presença do diretor.

Foram cerca de 250 inscritos, 150 voluntários (entre palestrantes, chefs, tradutores etc.) e mais o pessoal que circulou na Feira e nas Oficinas abertas. Tivemos representantes de 15 países: Alemanha, Argentina, Austrália, Brasil (claro), Chile, Ecuador, Estados Unidos, França, Holanda, Inglaterra, Irã, Itália, Nova Zelândia, Panamá e Uruguai.

Mais uma vez contamos com o apoio da Electrolux que montou duas cozinhas para a SVB nos nossos dois grandes eventos paralelos (no Festival Vegano e no Salão Vegetariano). A Revista dos Vegetarianos nos mandou resistas que foram distribuídas entre os participantes, a Surya Btrasil nos enviou vários produtos que foram doados a palestrantes e colaboradores, o Sítio do Moinho e a Feirinha da Glória doaram verduras para o maravilhoso junta-prato, uma verdadeira orgia de alimentos vivos servida à vontade na mesa de encerramento, no sábado. O Núcleo de Meio Ambiente da PUC foi um excelente parceiro facilitando muito nossa vida na PUC. O Departamento de Tradução da PUC (do qual sou ex-aluna) nos cedeu todas as tradutoras para as traduções simultâneas e consecutivas.

Enfim, foi um belo exemplo de solidariedade e colaboração na construção desse mundo melhor que todos queremos onde a pomba branca da paz possa pousar seus fatigados pés.

Agradecemos a todos os nosso voluntários que trabalharam arduamente, mas com a boca nas orelhas, apesar do cansaço. Agradecemos nossos apoiadores, agradecemos o público que se inscreveu e – a julgar pelo grande número de manifestações – adorou nosso Festival.

Esperamos vocês no 3º Congresso Vegetariano Brasileiro em setembro de 2010, em Porto Algre, na Usina do Gasômetro.

Claudia Lulkin




marianneO 12º. Festival Internacional Vegano teve a função de fortalecer visões, ações e dar a amplitude desse movimento no Mundo.

Muito bem organizado, contando com um grande grupo de palestrantes que aderiram voluntariamente e um grande grupo de participantes (cerca de 400), o evento traz posições importantes com os focos sobre a ÉTICA na alimentação, o CUIDADO com os animais, a ciência do DIREITO pela manutenção da vida animal no Planeta, o debate AMBIENTAL contra a perda da biodiversidade vegetal no Brasil e no mundo e a clareza de que esse modelo soja-pecuária devasta e empobrece a VIDA  no Planeta.

Também as várias visões sobre a própria alimentação vegetariana-vegana se fez demonstrar com inúmeras oficinas de preparações, sempre deliciosas, nutritivas e éticas.

estande-svb-rio1As próprias “banquinhas” sob os pilotis, feitas em bambu, demonstram uma estética ética, utilizando recursos e conhecimento local, pesquisa da própria PUC. Também a montagem das tendas onde aconteceram vivências e orientações de preparações dentro da mata da PUC, nos trouxe a beleza da natureza aliada às tecnologias dos grandes telões, microfones e tradução simultânea.

E a mesma tecnologia em todas as salas e no ginásio, com horários regrados.

Beleza e simplicidade. Verdade, ética, atitude, ativismo…”maestrados” pela MESTRA MARLY WINCKLER, presidente da SVB nacional.

Tantas qualidades num País onde impera a falsidade, a traição ao povo, a negligência proposital com as riquezas naturais locais, os pesados investimentos no agronegócio exportador, a priorização de uma cultura machista, dominadora, predadora.

aris-electroluxA participação de Marianne Thieme e Niko Koffeman do Partido Pelos Animais da Holanda e responsáveis pela produção do documentário “Meat the Truth” deixaram clara a inconformidade com a situação atual na Europa: vários Países já fundaram Partidos semelhantes, apesar de não estarem eleitos. Depois do lançamento do documentário, o Partido pelos Animais foi extremamente criticado e colocado em cheque sobre a “veracidade” das informações apresentadas. Todos os dados foram reavaliados por uma Universidade Agrária, confirmando-os. Isso gerou perplexidade no Parlamento e já há uma movimentação pelo estudo e implantação de uma “plant based diet” – uma dieta baseada em plantas, fortalecendo a busca do DIA VEG em algumas cidades- quando toda a alimentação é vegetariana nesse dia em todos os lugares.

As propagandas do Partido e de seu ativismo são extremamente criativas, bem humoradas e BEM AFIADAS (“sharp”).

Uma dieta baseada em plantas- uma dieta vegana, foi o quê sustentou o Dr. Eric Slywitch, do livro “Alimentação Sem Carne”; o Dr. Alberto Gonzalez com uma experiência popular no Parque Chico Mendes, em Osasco, onde mantêm uma horta, um minhocário, orientação à adubação orgânica e a produção de suco verde na mudança do padrão alimentar e metabólico; Aris La Tham,  da Sunfired Cuisine, que vive em um oásis na Jamaica, propondo a ciência da alimentação viva; Claudia Lulkin, nutricionista, colocando que a alimentação vegana tem todos os princípios funcionais para vitalização orgânica; Natália Chede, nutricionista, demonstrando as fontes de cálcio para a dieta vegana,  Ana e Maria Luisa Branco que foram demonstrando seus Pratos “vivos” até o momento do grande compartilhar da refeição no “Junta Prato”, no sábado, 25 de julho, dia “FORA DA TEMPO” no Calendário Maia, além de tantos outros pesquisadores da alimentação e criadores de preparações deliciosas, demonstram na prática DIÁRIA, uma alimentação ÉTICA e sustentável.

Dieta ética, que o feminismo reconhece como atenção amorosa, nas palavras de Sonia Felipe, mais uma vez fazendo da FILOSOFIA um prazer constante.

feira-geral2E os parceiros advogados, Laerte levai, Heron Santana, Daniel Lourenço, Fábio de Oliveira, descobrindo nas entrelinhas, os Direitos Animais.

E, também demonstrado o crescimento do número de vegetarianos nas palavras da Socióloga Eliane Carmarim Lima, do cadastroveg.

As oficinas de ativismo mostraram as ações de vários grupos no Brasil e premiaram Bianca Turano, do Rio, como a ativista do Ano.

E as oficinas de meditação, yoga, música, para relaxar em tão árdua militância.

Muitos nomes não aparecem aqui, mas estão no site do evento com seus contatos.

12 eventos, mas 24 anos  de mobilização vegana no Mundo!

Uma força-tarefa “revolucionária” e EVOLUCIONÁRIA!

Fonte: SVB

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