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Abundância de vida marinha atrai cientistas ao Timor Leste

1 de agosto de 2009
3 min. de leitura
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Foto: do site Agência Lusa
Foto: do site Agência Lusa

 A descoberta recente de um santuário de vida selvagem subaquática na costa do Timor Leste está atraindo a atenção de cientistas internacionais e pode levar o país a criar um polo de desenvolvimento na observação de mamíferos marinhos.

Segundo cientistas do Instituto Australiano de Ciências Marinhas, foi observada, durante pesquisas aéreas, uma grande abundância de mamíferos aquáticos ao longo da cosa do Timor Leste, como centenas de golfinhos e diversas espécies de baleias.

Algumas das espécies descobertas na região são consideradas ameaçadas, como a baleia azul, o maior animal vivo no mundo. “O que torna o Timor Leste único é que o país possui um período do ano (de abril a novembro) em que uma incrível diversidade de espécies de cetáceos aparece”, disse Mark Meekan, um dos principais cientistas da operação.

Uma das razões para haver uma grande quantidade de espécies pelo país pode estar relacionada com a existência de corredores aquáticos na região, que acabariam por conduzir os animais para uma concentração única. No entanto, de acordo com Meekan, ainda são necessárias mais pesquisas para descobrir por que os animais se concentram no local e se este corresponde a uma rota anual de migração.

Projeto

Segundo o Governo timorense, será necessário ter ajuda internacional para preservar a área e desenvolver o ecoturismo no país mais jovem da Ásia. Para o Ministro da Agricultura e Pesca do Timor Leste, Mariano Sabino, a ajuda internacional será essencial, embora não exista ainda um orçamento.

Prevê-se que o financiamento venha do Banco de Desenvolvimento Asiático, da Iniciativa do Triângulo dos Corais e de outros doadores estrangeiros. A diretora do Centro australiano de Pesquisas com Baleias, Curt Jenner, considerou que o projeto de um parque marinho no Timor Leste é também uma oportunidade para ajudar a reduzir o desemprego no país e contribuir para a economia com o ecoturismo.

“A descoberta mostra que se turismo e ciência podem ajudar a proteger essas poucas áreas existentes no planeta, a combinação é perfeita”, declarou.

O instituto marinho australiano recomendou que o Governo timorense promova a observação de baleias e conduza mais estudos para identificar o caminho migratório destes mamíferos.

Características

O Timor Leste é um dos poucos lugares no mundo com tamanha diversidade e quantidade de grandes mamíferos marinhos, devido à sua geografia incomum e ao isolamento.

Outra descoberta marinha recente veio do Fundo de Conservação da Vida Selvagem (WWF, na sigla em inglês) que, com a ajuda de satélites, produziu mapas revelando de forma inédita a vida das tartarugas marinhas no Triângulo dos Corais, que inclui o Timor Leste, Ilhas Salomão, Malásia, Indonésia, Filipinas e Papua Nova Guiné.

Os mapas mostraram pela primeira vez os diferentes ciclos de vida, rotas migratórias, procura por alimentos e locais de aninhamento das tartarugas, além de identificar as áreas que precisam de mais proteção.

O Triângulo dos Corais é a região marinha mais diversa do mundo, possuindo seis das sete espécies de tartarugas aquáticas existentes.

Fonte: Agência Lusa

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