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Vida animal nasceu nos lagos e não nos mares

29 de julho de 2009
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(Foto: Reprodução/DN Ciência)
(Foto: Reprodução/DN Ciência)

 

Os primeiros organismos unicelulares desenvolveram-se na água, mas uma equipa de cientistas norte-americana veio agora dizer que a vida animal pode não ter surgido nos mares, como se pensava, mas nos lagos. Essa é a hipótese que os investigadores da Universidade da Califórnia colocam agora, depois de analisarem os componentes químicos dos sedimentos em que estão conservados os restos dos primeiros animais.

A equipe recolheu material da Formação de Doushantuo, no Sul da China, considerado o maior cemitério fóssil das primeiras formas de vida complexas, datadas de há 600 milhões de anos. “Todas as análises mostram que os minerais nas rochas e os químicos não são compatíveis com depósitos em água do mar”, disse Tom Bristow, um dos principais autores do estudo publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences.

“A nossa primeira descoberta fora do comum nesta região foi a abundância de um mineral argiloso chamado esmectite”, indicou Bristow, citado no comunicado oficial da Universidade da Califórnia. “Nas rochas com esta idade, a esmectite está normalmente transformada noutros tipos de barro. Esta não sofreu qualquer transformação e tem uma química especial. Para a esmectite se formar, são necessárias condições específicas na água – condições normalmente encontradas em lagos salgados e alcalinos”, acrescentou.

Os investigadores ficaram surpreendidos ao verificar que a vida complexa se possa ter desenvolvido num lago, uma vez que este é um ambiente mais instável que os mares. “Sabemos que a vida nos oceanos é muito diferente da vida nos lagos e, pelo menos no mundo moderno, os oceanos costumam ser ambientes mais estáveis e consistentes face aos lagos, que tendem a ser elementos de curta duração quando comparados, por exemplo, com o período da evolução”, explicou Martin Kennedy, outro autor do estudo.

Apesar destas descobertas, os investigadores não põem de lado a hipótese de virem a ser descobertos organismos mais antigos que se desenvolveram nos mares. Ou ainda, uma vez que os lagos são isolados e não têm ligação uns com os outros, de terem existido “evoluções paralelas”.

Fonte: DN Ciência

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