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Defensores de animais se opõem em debate à criação de Centro de Experimentação Animal

27 de julho de 2009
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Opositores e defensores do biotério de Azambuja, considerado um dos maiores centros da Europa de criação de animais para experiências científicas, juntam-se hoje num debate no Porto, Portugal, sobre “O futuro da ciência e experimentação animal”.

Do lado da Plataforma de Objeção ao Biotério, Constança Oliveira, psicóloga, afirmou à Agência Lusa que a construção de um biotério “é um autêntico retrocesso”, quando as orientações da Comissão Europeia vão no sentido de “reduzir e posteriormente eliminar a experimentação animal em prol de alternativas”. Ela defendeu que, além dos problemas éticos, as experiências científicas com animais “nem sempre são eficazes porque há diferenças metabólicas e genéticas de espécie para espécie”.

João Relvas, investigador do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) na área do desenvolvimento do sistema nervoso, defendeu, por seu lado, que a existência em Portugal de um biotério “é uma mais-valia para a ciência portuguesa”, uma vez que permite “desenvolver tecnologia e estudar alternativas que não passem pela investigação com animais”.

Os riscos invocados pela Plataforma de Portugal contribuir com a exportação de animais para fins científicos para países onde não haja regras éticas e onde possam ser mal tratados “são pequenos porque os protocolos de acordo entre biotérios estabelecem as condições para sabermos o que vai acontecer aos animais e se são bem tratados”, disse João Relvas.

O debate, previsto para as 21:30 no Clube Literário do Porto, é promovido pela Associação de Defesa do Ambiente Campo Aberto e vai ser moderado pela investigadora do IBMC, Anna Olsson.

O projeto do biotério, estimado em 36 milhões de euros, envolve as Fundações Gulbenkian e Champalimaud e a Universidade Nova de Lisboa e vai ter capacidade para entre 20 a 25 mil gaiolas para animais, vindo a criar entre 80 a 100 novos postos de trabalho. Aí serão fornecidas estirpes de animais de laboratório a universidades, institutos de investigação e empresas farmacêuticas de todo o país e particularmente na área da Grande Lisboa.

O biotério é um projeto privado que vai ser apoiado por fundos comunitários no âmbito do programa de ação aprovado pelo Governo para as regiões do Oeste e da Lezíria e que prevê compensações pela deslocalização da construção do aeroporto na zona da Ota.

Fonte: DN Ciência

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