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Retrocesso: Testes em animais crescem assustadoramente na Inglaterra

22 de julho de 2009
3 min. de leitura
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Por Marcela Couto (da Redação)

O número de experimentos médicos envolvendo animais apresentou o maior crescimento já registrado na Inglaterra, revelou um cálculo feito pelo governo local.

Macaco utilizado em experimentos
Foto por Graeme Robertson

Aproximadamente 3,7 milhões de experimentos foram realizados em animais no ano passado, um aumento de 454.000, ou 14% em relação ao ano anterior. O crescimento representa o maior salto no número de animais usados em pesquisas médicas desde 1986, quando o governo introduziu novos procedimentos de fiscalização.

O crescimento dos testes em animais é reflexo da expansão das pesquisas biomédicas na Inglaterra e está sendo agravado pelos avanços na genética e no desenvolvimento de novas drogas, que são testadas rigorosamente em macacos antes de serem liberadas para venda.

Os experimentos vão da colheita de pequenas amostras de sangue até agressivas cirurgias no cérebro e indução de doenças incuráveis como mal de Parkinson e câncer. Muitos animais são utilizados para testar a segurança de novas drogas mesmo antes de serem realizados testes em cobaias humanas.

Os defensores dos direitos animais condenaram as novas estatísticas, que coincidem com o 50° aniversário dos marcantes projetos que propuseram alternativas para as pesquisa aos testes em animais.

A inspetora do departamento de procedimentos científicos, Judy MacArthur, declarou: “Se as pesquisas são justificadas do ponto de vista ético, não é da nossa conta dizer se podem ou não fazê-las, nós usamos muitos ratos este ano”.

Só os roedores e peixem representam 97% de todos os experimentos animais. A maioria dos experimentos realizados nesses animais inclui modificações genéticas para estudo dos genes em desenvolvimento nas doenças.

Em um experimento realizado em um hospital de Londres, em 2006, pesquisadores testaram uma droga em primatas, consideraram a substância segura e prosseguiram com testes em humanos. Houve uma reação imunológica grave nos voluntários e seis deles tiveram falência múltipla de órgãos. Apesar dos fatos, a providência tomada pelos pesquisadores foi simplesmente tornar os testes em macacos ainda mais intensos do que antes.

O PETA declarou que as estatísticas são “profundamente decepcionantes” e fez um apelo ao governo para que tome consciência do destino dos animais usados em testes. “Nós temos visto um aumento contínuo dos testes ano a ano, em contradição com o sentimento público a respeito, mas os números divulgados este ano são chocantes demais,” disse um representante.

O ministro da ciência, Lord Drayson, defendeu os números e disse que o governo já se comprometeu em reduzir o uso dos animais em experimentos “onde for possível”. “A Inglaterra tem uma ótima reputação pelos seus padrões de regulamentação de testes em animais. Estas estatísticas são fundamentais para o desenvolvimento de novos medicamentos e aumento do nosso conhecimento a respeito de doenças,” disse Drayson.

Com informações de Guardian.co.uk

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