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Acupuntura é usada há 3 mil anos para curar animais

19 de julho de 2009
5 min. de leitura
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Para muitos pode parecer luxo, mas a acupuntura chinesa, cada vez mais utilizada no ocidente no tratamento das doenças humanas, também ajuda a curar os animais há bastante tempo. Segundo o médico veterinário Artur Faria, existem registros da utilização da técnica em elefantes indianos, há cerca de 3 mil anos.

O veterinário afirma que a acupuntura é muito utilizada para o tratamento de várias doenças crônicas, como artroses, displasias, paralisias, alergias, disfunções de comportamento, sequelas neurológicas, ocasionadas por cirurgias ou por alguma doença como a cinomose.

Pega na rua por Maria Amélia Pires, A cadela Marie começou a apresentar problemas na pata e está sendo tratada com acupuntura. Foto: Beto Oliveira
Pega na rua por Maria Amélia Pires, A cadela Marie começou a apresentar problemas na pata e está sendo tratada com acupuntura. Foto: Beto Oliveira

Esse é o caso da cadela, sem raça definida, Marie. Há quase três anos, ela foi pega na rua pela professora Maria Amélia Pires e, em pouco tempo no novo lar, apresentou os sintomas da cinomose. “No segundo dia em minha casa, ela começou a apresentar problemas em uma das patas e logo Marie perdeu todos os movimentos”, disse Maria Amélia.

A professora conta que a cadela chorava a noite toda com dores. Desesperada com o sofrimento de Marie, Maria Amélia levou a cadela em vários veterinários até que descobriu a acupuntura. “O resultado foi maravilhoso, logo nas primeiras sessões ela parou de tomar remédios e as dores passaram”, disse.

Por um ano, a acupuntura fez parte da vida de Marie, duas vezes por semana. A cadela, que ainda não recuperou os movimentos das patas traseiras, se locomove com a ajuda de uma cadeira de rodas e está livre das dores. “Graças à acupuntura e ao amor da família, Marie é hoje uma cachorra saudável e feliz”, afirmou a professora.

Acupuntura em animais ainda é pouco conhecida

Mesmo com tantos casos de sucesso, o veterinário Artur Faria afirma que a acupuntura em animais ainda é pouco conhecida entre os profissionais da área e a população em geral. “Já presenciei vários casos de animais paralisados que tinham recebido a indicação de sacrifício e, com a acupuntura, recuperaram a autoestima e retornaram ao lar de seus proprietários, que muitas vezes ficavam incrédulos com o que estavam vendo”, disse Faria.

A poodle Nina, de 8 anos, é um exemplo disso. A cadela já ficou algumas vezes sem andar por conta de uma hérnia de disco. Sua tutora, a advogada Marcela Oliveira, conta que Nina, quando está em crise, fica o tempo todo deitada. “Ela só melhora quando faz acupuntura. Depois que começou o tratamento, as crises diminuíram muito e quando ocorrem são bem mais amenas”, afirmou a advogada.

Marcela lembra que, quando descobriu a doença de Nina, a cachorra tomava remédios que acabavam prejudicando sua saúde. “Por isso, os veterinários indicaram a acupuntura. Hoje, ela faz as seções sem dar o menor trabalho, fica quieta enquanto toma as agulhadas”, disse.

O poodle Bani, de 12 anos, é outro caso que comprova o sucesso do tratamento da acupuntura. No começo do ano, começou a sofrer com um problema na articulação do quadril. Sua tutora, a dentista Giuliana Vertemati, conta que o cão andava mancando, passava boa parte do tempo quieto e na hora de dormir era um sacrifício. “Mesmo exausto, ele não conseguia dormir. Ficava inquieto por conta das dores que sentia. Eu acabava dormindo sentada com ele no meu colo”, disse Giuliana.

O sofrimento de Bani fez com que a dentista procurasse várias alternativas de tratamento. O poodle chegou a tomar até sete remédios por dia, entre antinflamatórios, corticóides e analgésicos. Bani até chegou a ficar internado por causa das reações dos remédios. Até que um dia a dentista ouviu falar em acupuntura em animais.

“Eu não acreditava muito nesse tipo de tratamento, mas como eu e meu marido estávamos desesperados com a situação do Bani, resolvemos tentar”, afirmou Giuliana. A dentista lembra que os resultados apareceram na primeira sessão de acupuntura. “Foi o mesmo que tirar a dor com a mão. Cheguei em casa à noite e o Bani era outro cachorro, pulava e brincava o tempo todo”, disse.

De lá para cá, o poodle não teve mais crises, mas por indicação do veterinário, uma vez por semana, ainda toma as agulhadas. “Não queremos correr o risco de ele voltar a sentir dores”, afirmou a dentista que desembolsa, por mês, de R$ 120 a R$ 150 com o tratamento.

Hospital Veterinário oferece o tratamento mais barato

Para o estudante Marcus Amorim, dono do Teckel Bob, o tratamento com acupuntura saiu de graça. Bob foi beneficiado por um programa realizado no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Minas Gerais.

O cão que há três anos ficou paralisado devido a problemas na coluna conseguiu se recuperar totalmente na segunda sessão de acupuntura realizado no hospital veterinário. “Fiquei impressionado com o resultado”, disse.

O programa realizado no Hospital Veterinário da UFU, criado, em agosto de 2008, pela veterinária Márcia Valéria Szabó, utiliza a técnica da acupuntura em animais no tratamento de várias doenças.

Até junho deste ano, as sessões eram gratuitas. Nessa época, segundo a veterinária que atende no hospital, Lilian Thannús, cerca de 70 animais, entre hamsters, cobras, cachorros e outros de pequeno porte foram atendidos pelo projeto. “Atualmente a dra. Márcia ainda supervisiona o programa de forma voluntária, mas com a popularização do tratamento tivemos que começar a cobrar as sessões de acupuntura”, disse.

Lilian explica que a quantidade de sessões indicadas varia de acordo com o quadro clínico do animal. “Em média, gira em torno de 5 sessões, mas já teve casos de animais que receberam alta com apenas uma sessão”, afirmou a veterinária.

Hoje, de acordo com Tannús, uma sessão de acupuntura no o Hospital Veterinário custa R$ 40. Os atendimentos ocorrem duas vezes por semana e as consultas devem ser agendadas por telefone. O Hospital Veterinário fica na avenida Mato Grosso, 3.289. Telefones: 34-3218-2135/2196.

Fonte: Correio de Uberlândia

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