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Sudeste brasileiro lidera lista de peixes ameaçados

12 de julho de 2009
2 min. de leitura
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Mais da metade das 238 espécies e subespécies de peixes e invertebrados aquáticos oficialmente ameaçadas de extinção no País concentra-se em São Paulo (86) e no Rio (76). Um mapa inédito com a distribuição geográfica da fauna ameaçada foi divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Como a base de informações é a última lista oficial do Ministério do Meio Ambiente, divulgada em maio de 2004, há uma defasagem de cinco anos na publicação do mapa.

Das 238 espécies e subespécies, 159 são peixes de água doce e salgada e 79, invertebrados aquáticos. Elas foram divididas por categorias de ameaça. Entre os peixes, 35 estão “criticamente em perigo de extinção”, 38 “em perigo de extinção” e 86 “vulneráveis à extinção”.

São exemplos do primeiro grupo o cação-bico-doce, presente em cinco Estados (PR, RJ, RS, SC e SP), o peixe-serra (AM, AP, MA, PA, RJ e SP), o piabanha (MG, RJ e SP), o lambari (PR), o surubim-do-doce (ES e MG) e o bagre-mole (SC e SP). Entre os invertebrados aquáticos, o marisco-do-junco (RS), o ouriço-do-mar-irregular (RJ), o pepino-do-mar (SP) e outras três espécies estão “criticamente em perigo de extinção”. Há 26 em perigo e 47 vulneráveis à extinção.

Causas

A maioria das espécies ameaçadas concentra-se no bioma mata atlântica. A bióloga Licia Leone Couto, pesquisadora do IBGE responsável pelo trabalho, citou a ocupação de faixas costeiras e a poluição das águas como prováveis causas, além da sobrepesca para consumo, da pesca esportiva e da pesca e exploração ornamental. Depois de São Paulo e do Rio de Janeiro, os Estados onde há mais peixes e invertebrados aquáticos ameaçados são Rio Grande do Sul (55), Bahia (51) e Paraná (43). “Com o mapa, fica mais fácil visualizar o problema e alertar a população para a necessidade de preservação.”

Defasagem

O coordenador de Recursos Naturais e Estudos Ambientais do IBGE, Celso José Monteiro Filho, comentou a defasagem entre a publicação da lista oficial e a divulgação do mapa.

“As pessoas às vezes nos cobram muito, dizendo: “Por que vocês estão lançando agora um mapa com uma lista que tem cinco anos?? Em primeiro lugar, muitas pessoas não tomam conhecimento quando a lista é publicada no Diário Oficial.”

Segundo Monteiro, o levantamento é “demorado e difícil”. “Fazemos um trabalho de atualização do nome científico, conferimos se os nomes estão corretos, consultamos especialistas.”

O mapa divulgado ontem é o quarto e último da série Fauna Ameaçada de Extinção do IBGE. As aves haviam sido mapeadas em 2005, outro mapa reuniu mamíferos, répteis e anfíbios em 2006 e, no ano seguinte, foi a vez dos insetos e outros invertebrados terrestres.

Há oficialmente 632 espécies ameaçadas de extinção no Brasil: além dos peixes e invertebrados aquáticos, 159 aves, 69 mamíferos, 20 répteis, 16 anfíbios, 96 insetos e 34 outros invertebrados. Os mapas estão disponíveis no site do IBGE e podem ser comprados por R$ 15 nas livrarias do instituto.

Com informações do Estadão

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