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Ancestral mais antigo do elefante tinha tamanho de um coelho

10 de julho de 2009
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Depois que os dinossauros pereceram, a vida na Terra não demorou tanto tempo assim a se recuperar, de acordo com as constatações apresentadas por um novo estudo.

Uma criatura de 60 milhões de anos de idade cujo fóssil foi recentemente descoberto, classificada com a denominação Eritherium azzouzorum, representa o mais antigo ancestral conhecido dos modernos elefantes e serve para sustentar o argumento de que novas ordens de mamíferos de presença considerável já haviam surgido, menos de seis milhões de anos depois que uma catástrofe mundial pôs fim à era dos répteis, 65,5 milhões de anos atrás.

O paleontologista Emmanuel Gheerbrant descobriu fragmentos do crânio de um mamífero assemelhado ao elefante, mas com porte semelhante ao de um coelho, em um sítio arqueológico cerca de 100 quilômetros a leste de Casablanca, no Marrocos.

Segundo os pesquisadores, os ancestrais dos elefantes agora se uniriam às ordens de roedores e dos primeiros primatas entre as fileiras dos mais antigos mamíferos conhecidos, que percorreram a Terra ao longo do período paleoceno, entre 65,5 milhões e 55 milhões de anos atrás.

Boa parte da história da criatura recentemente descoberta, disse Gheerbrant, pesquisador do Museu de História Natural de Paris, pode ser revelada pelos seus dentes. Dois dos dentes frontais inferiores da criatura se projetam por cerca de meio centímetro com relação à arcada. E nenhum outro fóssil de animal da mesma época localizado até o momento apresenta dentes como esses.

“O que essas presas representam é uma espécie de precursor para as presas da versão mais moderna (o elefante)”, disse Gheerbrant. Com base nos fragmentos cranianos, Gheerbrant estima que a criatura assemelhada ao elefante tivesse comprimento não superior a 20 centímetros, do focinho à cauda – “uma espécie de coelho grande”, em termos de tamanho.

Porque o fóssil localizado consiste apenas no crânio e em fragmentos da mandíbula, Gheerbrant disse que não existem indícios suficientes para determinar que aparência ele teria – ou para saber se contava com órgãos semelhantes à tromba ou com orelhas parecidas com as de um elefante. Há 60 milhões de anos, a África apresentava vegetação luxuriante e não estava conectada ao norte com o continente eurasiano. O continente, afirma o paleontologista, representava uma espécie de estufa de evolução acelerada.

A ascensão de mamíferos assemelhados aos elefantes em prazo tão curto depois da extinção dos dinossauros sugere que devem existir muitos outros mamíferos do período a localizar, afirmou o pesquisador. Ele acredita que novas pesquisas para a localização de fósseis de mamíferos sejam necessárias, a fim de descobrir de que maneira a evolução terminou por conferir papel central entre os animais do planeta aos mamíferos, depois que os grandes répteis, consumidores de vasta quantidade de recursos, terminaram extintos.

Os resultados do estudo foram publicados em artigo na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Fonte: Terra

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