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Vegetarianos criticam trotes que utilizam animais na UnB

8 de julho de 2009
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O uso de animais nos trotes da Universidade de Brasília foi motivo de reunião na tarde desta terça-feira, dia 7 de julho. Após pagar multa de R$ 225 para liberar os porcos usados no trote da Agronomia em maio, os representantes dos grupos ativistas ProAnima, Núcleo de Estudos Vegetarianos de Brasília, Coletivo Madu-Libertação Animal e Ana Kingsford entregaram uma carta ao reitor José Geraldo de Sousa Junior para cobrar a proibição de animais nos trotes da universidade.
 
“Falta um posicionamento concreto da administração da UnB sobre o caso. Apesar de a violência aos animais ser crime, os alunos continuam realizando esses trotes porque sabem que não existe punição aqui”, opina Marina Corbucci, 25 anos, diretora geral do ProAnima. Segundo ela, o trote só deve envolver animais para promover o benefício deles, como a adoção.

Para o reitor da UnB, o trote é um ritual de iniciação que não pode ser interrompido. “Alguns estudantes extravasam, mas só podemos incentivá-los a agir de uma forma mais edificante. Impedir esses alunos de assistir às aulas, por exemplo, é inconstitucional”, afirma. Os participantes da reunião concordaram que a ação deve ser pedagógica. Uma das soluções encontradas foi a divulgação das leis protetoras dos animais durante a campanha de boas-vindas aos calouros do próximo semestre, cujo tema será a ‘Ética do Cuidado’.

Polêmica

“Se um calouro é humilhado, ele pode reclamar da situação. Mas os animais não podem fazer o mesmo”, explica Leonardo Ortegal, 24 anos, do Núcleo de Estudos Vegetarianos de Brasília. Para Olívia Padilha, estudante do sexto semestre de Agronomia, a humilhação do trote é quase semelhante entre animais e ingressantes. “Se os calouros discordam do trote, eles são discriminados por todos. Além disso, a interação que o trote promove é fajuta, pois a ocasião só serve para risadas e vexame”, conta a jovem de 21 anos.

Os animais são os preferidos para as atividades promovidas pelos cursos da UnB durante os trotes. Em maio, o Centro Acadêmico da Agronomia abrigou duas leitoas que foram motivo de tumulto e barulho no ICC. Os animais ganharam placas com os dizeres ‘gripado’, pois os veteranos pretendiam fazer piada com a gripe suína. As leitoas foram apreendidas pela Secretaria de Agricultura do DF e condenadas ao abate. Começou então uma mobilização de ativistas para ajudar no pagamento da multa que liberaria os porcos. No dia 12 de maio, uma galinha foi encontrada no estacionamento da Faculdade de Tecnologia. Ela foi levada para uma chácara, mas não resistiu por muito tempo, já que sofreu uma hemorragia interna.

“As leitoas foram bem cuidadas no Centro Acadêmico. Lá, elas receberam água, comida e não ficaram presas. As pessoas nos culparam, mas esqueceram que durante a apreensão elas foram expostas ao sol em um longo período”, conta Raíssa de Araújo, 22 anos, aluna do sexto semestre de Agronomia. Segundo Araújo, o curso é mal visto pela comunidade. A Agronomia já havia utilizado galinhas d’angola em outro trote.

Fonte: clicabrasilia

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