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Assassinos confessos de cão morto a pauladas no RS não serão presos

8 de julho de 2009
2 min. de leitura
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O delegado Peterson da Silva Benites, da cidade de Quintão (RS), disse que os jovens que mataram um cachorrro a pauladas no Balneário de Quintão e divulgaram o vídeo da agressão na internet não devem ser presos. O delegado disse que, embora a lei preveja pena de três meses a um ano de detenção para crime de crueldade por maltratar animais, como não houve flagrante, os jovens não podem ser presos. Ele já tomou o depoimento dos agressores, que têm entre 17 e 22 anos, e eles admitiram o fato.

Segundo o delegado, eles mataram o cachorro a pedido da tia de um dos rapazes, porque o animal havia atacado as galinhas dela. Eles filmaram a agressão com um celular, mas não pretendiam colocar na internet. Benites disse que  as imagens caíram na mão de uma pessoa que as teria colocado no Youtube.

No vídeo, um dos rapazes segura, o outro desfere pauladas no cachorro, enquanto o terceiro filma a barbárie. Demonstrando satisfação pela atitude, o jovem agressor exibe o taco usado para o crime. O adolescente que teria postado o vídeo negou envolvimento, disse que divulgou o material como forma de protesto.

“A gente fica refém de uma situação onde a sociedade cobra uma efetiva aplicação da pena, e hoje a pena para ser bem aplicada seria sinônimo de prisão. Porém, o procedimento não prevê esse tipo de penalização cautelar”, explica o delegado.

Benites disse que foi lavrado um termo circunstanciado, que será encaminhado ao juizado especial. Como os agressores não têm antecedentes criminais, dificilmente ficarão presos se forem condenados. “Em casos assim, normalmente se aplica uma pena alternativa, mesmo considerando a crueldade do ato”, diz.

De acordo com ele, o inquérito ainda não foi fechado e a dona do cachorro também poderá ser incriminada. Benites afirma que é um vídeo chocante, com requintes de crueldade. “Um dos rapazes segurou o animal, outro bateu e o terceiro filmou”.

O adolescente que postou as imagens na internet também será encaminhado à Vara da Infância e Juventude. A polícia não acredita que ele tenha colocado as imagens na internet como forma de denúncia. “O depoimento dele foi inconsistente”, disse o delegado.

As imagens, segundo a polícia, foram produzidas no dia 20 de junho e postadas no site Youtube dois dias depois. Na quarta-feira, o vídeo foi retirado do site de repositório de vídeos por quebra das regras de postagem.

A questão acabou virando um caso de polícia, após uma série de ligações recebidas pelo posto policial de Quintão. Os moradores ligaram para denunciar que os agressores são moradores do balneário. Como a cidade é pequena, horas depois a polícia já tinha os nomes dos três.

No Twitter, foi criada uma campanha contra a pessoa que publicou o vídeo no Youtube. Os internautas também se mobilizaram para pressionar por punição aos responsáveis fazendo denúncias por intermédio do Twitter e do e-mail da Sociedade Mundial de Proteção Animal (WPSA) no Brasil.

Fonte: O Globo

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