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Caçadores profissionais são detidos por abate de elefante em Moçambique

7 de julho de 2009
2 min. de leitura
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Por Louise Emille   (da Redação)

Um português e um francês foram detidos e indiciados pelo abate de um tipo de elefante raro no Parque Nacional da Gorongosa (Moçambique).

Os caçadores profissionais Victor Ildefonso Anselmo, 47, e Juliene Raymond, 56, foram detidos no dia 25 de junho por abate de um elefante denominado G4, usurpando o colar que estava sob o pescoço do animal, que permitia a localização do mamífero por meio de sinais via satélite.

O diretor do Departamento de Conservação do PNG, Carlos Lopes Pereira, disse hoje à Lusa que o animal pertencia a uma família de cinco elefantes de espécie rara, transferidos da África do Sul para melhorar o fundo genético do parque, profundamente afetado durante a guerra civil de 16 anos que terminou em 1992.

Antes da guerra civil, Moçambique tinha uma população de elefantes de aproximadamente dois milhões, número que se reduziu para cerca de duas centenas, segundo estimativas feitas logo após fim do conflito armado. De acordo com o diretor, hoje avalia-se em 400 o número de elefantes no parque, quatro dos quais da espécie G4.

Victor Ildefonso Anselmo, ligado a uma empresa de Safáris na Beira, e Juliene Raymond, são indiciados de prática de caça furtiva porque realizaram a atividade no período de defeso de abate de animais no parque, disse Pereira.

“No dia 11 de junho, os dois perseguiram os animais e, entre os dias 18 e 19 de junho, o abateram”, afirmou o diretor do Departamento de Conservação do PNG.

Carlos Lopes Pereira indicou que o elefante denominado G4, facilmente identificável pelo colar – um transmissor de grande porte que levava ao pescoço –, movimentava-se frequentemente entre o Parque e o rio Zambeze, passando pelas Coutadas de Caça, fato comprovado pelos responsáveis e pelas comunidades locais.

“Os seus movimentos e posição geográficos eram permanentemente monitorizados a partir do sinal de satélite que emitia”, disse.

Segundo Pereira, entre os dias 12 e 19 de junho, a direção do PNG notou, pela leitura dos movimentos, que o animal se deslocava pouco, tendo deduzido que teria sido eventualmente ferido.

Mais tarde, o Departamento de Conservação do PNG percebeu que o animal parou definitivamente os seus movimentos, levando suspeitas da sua eventual morte “que podia ser natural ou um abate por caçadores furtivos”.

Contudo, “as investigações posteriores viriam confirmar o ferimento do animal no dia 12 de junho último e sua morte entre 18 e 19 do mesmo mês”, indicou o diretor do Departamento de Conservação do PNG.

*com informações de Angola Press

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