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Nova gripe canina preocupa cientistas dos EUA

3 de julho de 2009
3 min. de leitura
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Existe um novo vírus da gripe rondando. Inicialmente, ele parecia bastante letal e causou pânico. Agora, está claro que o vírus matou relativamente poucas vítimas – e muitas delas tinham outros problemas médicos. É particularmente perigoso ser dono de um nariz achatado – ou seja, ser um pequinês, um pug ou shi-tzu.

É o vírus canino H3N8. O vírus, acreditam os cientistas, passou de cavalos para cachorros, há pelo menos cinco anos, mas nunca infectou um ser humano. Na semana passada, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos anunciou a aprovação da primeira vacina contra essa gripe.

Embora os temores de uma pandemia de gripe em humanos tenham passado da letal gripe aviária H5N1 para a relativamente moderada gripe H1N1, a gripe canina H3N8 tem ocorrido de forma silenciosa nos Estados Unidos, raramente discutida, exceto entre veterinários e donos de cães em algumas áreas acometidas pelo vírus: Flórida, subúrbios do norte da cidade de Nova York, Filadélfia e Denver.

Seguindo o adágio dos virologistas de que a única coisa previsível sobre os vírus da gripe é que eles são imprevisíveis, a gripe canina tem impressionado aqueles que a acompanham. “Acho que ainda não sabemos o que esse vírus vai fazer”, disse um dos descobridores, Dra. Cynda Crawford, da Universidade da Flórida.

Misteriosa

Quando Crawford começou a estudá-lo, em janeiro de 2004, o vírus apareceu como uma gripe misteriosa e uma pneumonia que matou um terço dos greyhounds de um canódromo (lugar para corrida de cachorro) na Flórida. Em um ano, ela descobriu o vírus em sete estados e mostrou que ele poderia ser transmitido por cachorros que apenas esfregavam o focinho na rua ou dividiam uma tigela de comida, e que os humanos podiam carregá-los nas roupas. Houve uma breve agitação de medo de que o vírus mataria de 1% a 10% dos 70 milhões de cachorros do país.

Ele se mostrou quase tão mortal quanto a previsão de Crawford. Ela estima que, sozinho, o vírus mata 5% dos cachorros que acomete. Acrescentem-se a isso as mortes em abrigos que eliminam o vírus sacrificando todos os cachorros e desinfetando as jaulas, e o índice total de mortalidade sobe para 8%. Em contraste, o índice de mortalidade da gripe espanhola de 1918 em humanos foi de cerca de 2%.

No entanto, ele não se espalhou de forma tão vigorosa quanto previu Crawford. O vírus foi encontrado até agora em 30 estados, mas quase exclusivamente em cenários onde os cachorros moram muito juntos: abrigos, lojas de animais, canis e escolas de adestramento. Pelo fato de que os donos desses estabelecimentos aprenderam a afastar cachorros enfermos, assim como os diretores de escolas enfrentando a nova gripe humana mandam crianças de volta para casa, o progresso da doença desacelerou.

“Provavelmente, mais de dez mil cães foram infectados”, disse Crawford, “mas não posso dizer se foram vinte ou trinta mil. Em uma população de cerca de 70 milhões, isso é uma gota no oceano”.

Dr. Edward J. Dubovi, da Faculdade de Veterinária da Cornell University, outro descobridor do vírus, disse que ele “provavelmente não está adaptado tão bem aos cães como poderia estar”. Foram necessárias cinco mutações para passar dos cavalos – onde tinham circulado por mais de 40 anos – para cachorros.

Uma ou duas mutações a mais poderiam “tornar o assunto muito sério”, disse ele. Porém, no momento, “é preciso certa aglomeração de cachorros para sua continuação”. 

Alguns veterinários descobriram que os cachorros que tendem a morrer em decorrência do vírus são os com focinho curto e arrebitado. Assim como a obesidade se mostrou perigosa para vítimas humanas da gripe por causa do peso em seu peito, ser de uma raça com trato respiratório curto é perigoso para os cachorros. “Isso realmente dificulta a capacidade de respiração”, disse Crawford. “Eles não conseguem colocar o ar para dentro e para fora dos pulmões”.

Fonte: G1

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