EnglishEspañolPortuguês

Instituto tem cães como parte da equipe de busca

20 de junho de 2009
3 min. de leitura
A-
A+

Criado há dois meses em Mogi das Cruzes, o Instituto Brasileiro de Busca, Resgate e Salvamento com Cães tem como objetivo principal ajudar o Corpo de Bombeiros e os departamentos de Defesa Civil do Alto Tietê no encontro de vítimas de acidentes como desabamentos e também na recuperação de sequelas.

Inspirado no americano “American Rescue Dog Association”, o Instituto é uma entidade civil privada, sem fins lucrativos, e que conta com seis profissionais. Entre eles, estão veterinário, advogado, bombeiro, enfermeira e adestrador. E, claro, com os cães. São 11 cachorros, sendo dois já em condições de atender possíveis ocorrências de resgate e ao menos cinco para atividades de terapia. O restante é, diariamente e exaustivamente, treinado para atingir a capacitação necessária.

Alessandra Rodrigues Aleagi, diretora e uma das fundadoras do grupo, explicou a necessidade da iniciativa na Região. “Diferente de outros países, no Brasil os serviços de socorro de urgência são de responsabilidade do Estado. E são poucas as instituições que incluíram o cão como ferramenta operacional”, disse.

Segundo ela, os cães têm um papel importante em operações de salvamento. “Bem treinados e conduzidos, eles são ferramentas que podem ser o diferencial para a continuidade de uma vida. Principalmente, quando a vítima precisa ser localizada com rapidez e, entre ela e o socorro, se encontram toneladas de escombros”, frisou Alessandra.

“Em 2008, três pessoas ficaram perdidas vários dias em uma mata de Salesópolis. Se já estivéssemos em operação, com certeza poderíamos ter ajudado nas buscas. Casos como esses provam que o Alto Tietê precisa de um projeto como o do Instituto”, destacou.

Seleção

O diretor de operações Edson Pereira Lima informou que, a princípio, qualquer raça de cachorro pode ser utilizada no programa, mas a seleção da habilidade dele – para salvamento ou terapia – depende das características de cada um. “Nosso veterinário estabelece um programa de exercícios. Ele também define o tipo de ração e os medicamentos”, informou.

Uma base operacional provisória já funciona na Cidade e a expectativa dos organizadores é conseguir uma unidade com uma melhor estrutura física para iniciar plantões diários de 24 horas. “Estarão à disposição duas equipes formadas por dois cães e dois guias. Os períodos de prontidão serão acompanhados por coordenadores de operações, que orientarão as equipes e coordenarão os trabalhos junto com o órgão solicitante, seja, o Corpo de Bombeiros ou Defesa Civil”, detalhou Lima. Mesmo sem uma base definitiva, o Instituto já está apto a receber demandas pelo telefone 2629-6965.

Treinamento

Para atuar nas ocorrências, os cachorros são treinados para sentir o cheiro da adrenalina. “Os cães de busca e resgate localizam as vítimas se concentrando no cheiro desta substância. O odor poderá ser de uma pessoa viva, um corpo, dente humano ou uma peça de roupa”, disse Lima.

O grupo conta com o apoio do vereador Mauro Araújo (PSDB) que protocolou pedido na Câmara para que um espaço público seja disponibilizado para os treinamentos. Hoje, eles praticam os exercícios em um terreno, na Rua João Benegas Ortiz, no Bairro do Rodeio, próximo à base provisória de operações.

Alessandra explicou que a Cidade foi escolhida para sediar a base operacional devido a sua composição geográfica, o potencial para exploração de esportes radicais e a quantidade de trilhas. Características que elevam os índices de ocorrências de pessoas perdidas nas matas. Além disso, Mogi disponibiliza acesso rápido para os municípios vizinhos.

Fonte: O Diário de Mogi

Você viu?

Ir para o topo