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50 gatos são envenenados em campus da Universidade Federal do Ceará

24 de junho de 2009
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imagem de gata envenenadaApós mais um fim de semana, professores, estudantes e funcionários da Universidade Estadual do Ceará (Uece) depararam-se com uma situação até então nunca vista. Na última segunda-feira (22), ao retornarem às aulas, eles encontraram gatos mortos pelo Campus do Itaperi.

De acordo com Adriana Wanderley Pinho Pessoa, professora da Faculdade de Veterinária da Uece, ainda no domingo, ela viu uma gata, recém-chegada ao Campus, com sintomas de envenenamento. Além dela, uma estudante, que integra o grupo que se reveza para dar assistência aos animais nos fins de semana, também percebeu que os felinos estavam se comportando de forma diferente do usual.

“A gatinha bem pequena que encontrei pelo Campus estava descoordenada, babando e com a pupila reduzida”, descreve. Tanto que, na segunda-feira, ao chegar à universidade, outros professores, estudantes e funcionários também perceberam que havia um número reduzido de gatos no Campus.

“Tínhamos de 90 a 120 gatos em todo o Campus. Muitos abandonam e deixam gatos aqui. Depois desse fim de semana, morreram cerca de 50%, uma média de 40 a 50 gatos”, constatou a presidente do Grupo de Apoio e Bem-estar Animal (Gaba), Maria Elizete Pereira Alencar.

Conforme Adriana Pessoa, há cerca de dois anos, a Clínica Veterinária da Uece promove esterilizações em machos e fêmeas “para tentar controlar a população de gatos aqui dentro”. Além disso, a professora ressaltou que feiras de adoções, com cirurgias de esterilização, são realizadas para diminuir a quantidade de animais.

No entanto, com o crescente número de gatos abandonados pela comunidade local na Uece, muitos acabam por se incomodar com a presença dos felinos no Restaurante Universitário, nos blocos das salas de aula, próximos a alguns laboratórios etc. “Eles são trazidos para cá e alguns se sensibilizam, mas outros não gostam. A desconfiança é que foram envenenados e o número de animais pelo Campus está bem menor”, conta Adriana.

Como prova da redução, o funcionário da Uece Raimundo Ferreira, que todos os dias alimentava de 20 a 30 gatos, como calcula, ontem e na segunda passada, afirmou que só distribuiu comida para cerca de quatro felinos. “Trabalho aqui há 31 anos e sempre houve muitos gatos. Ninguém nunca morreu por causa deles e também nunca fizeram mal a ninguém. Foi veneno mesmo. Isso nunca tinha acontecido antes”.

Segundo Elizete Alencar, que atua no Gaba junto com a Clínica Veterinária da Uece, e Adriana Pessoa, dos animais encontrados apenas uma gata está viva na clínica.

Laudo

Quatro gatos mortos foram recolhidos para que sejam realizadas necropsias. A partir daí, explicou Elizete, o sangue dos animais será enviado a São Paulo a fim de que seja descoberta a real causa da morte dos gatos na Uece.

“Depois de mortos, alguns animais ficaram com a barriga inchada, o que indica envenenamento. Consideramos um atrocidade o que fizeram, uma ação de vandalismo e muito fria. Os gatos são indefesos. Vamos tomar todas as providências necessárias para descobrir quem fez isso”, antecipou Elizete, ressaltando que o resultado dos exames a serem realizados em São Paulo deve sair até o início do próximo mês.

Fonte:  Diário do Nordeste

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