EnglishEspañolPortuguês

Vítima de crueldade, cão encontra um novo lar

26 de junho de 2009
2 min. de leitura
A-
A+

Seu nome já foi Apolônio.

Tinha um dono, um menino. Porém, um dia, o pai deste menino, num ato extremamente covarde, deu uma facada no cão. A vizinha viu tudo e levou-o para o veterinário. Lá ele foi tratado e conseguiu, felizmente, se recuperar. Mas ao ser levado de volta para a casa do seu agressor, Apolônio fugiu. Ganhou as ruas. Foi parar perto de um grande supermercado da região junto com outros cães de rua.

Um dia, viu outro menino, André Henrique, que passava por ali de skate. Seguiu Henrique até a sua casa, que fica no terreno nos fundos de um estacionamento. Henrique e o cão ficaram amigos de cara. Ali, ele deixou de ser Apolônio para ser chamado de Cão por Henrique e seus pais, Luís e Shirley, que o receberam de braços abertos. Como diz Luís:

– Havíamos acabado de perder nosso cachorro de estimação. Então, havia “vaga pra cachorro”.

Sua esposa Shirley concorda com ele quando afirma que foi o Cão que os adotou, não eles, o cão. Mas o mais interessante é que o Cão não gosta de ficar preso: passa o dia na rua e volta pra casa para dormir e comer, é claro. E nesta vizinhança ele fez muitas amizades e passou a ser chamado de Alemão pelos moradores do bairro.

Não tem quem não o conheça e, principalmente, não goste do Alemão. Cada um tem uma história pra contar sobre ele, como no caso da dona Márcia, proprietária de uma padaria, que acredita ter sido salva do que, segundo ela, provavelmente teria sido um assalto.

O Alemão chegou a participar do Curso de Liderança Juvenil da Igreja São Vicente, com Henrique, é claro. O padre da Igreja permitiu que Alemão ficasse ao lado de seu amigo durante as aulas. Shirley conta que teve até um dia que Alemão levou a “namorada” grávida para a casa deles. E cuidava dela. Depois que ela deu cria, os filhotes foram adotados e até mesmo a própria cachorrinha foi levada por uma família para morar em um sítio.

Não foi só o Alemão que trocou de nome. O próprio André Henrique acabou ficando conhecido como o Dé do Cão, com direito até a comunidade no Orkut.

Alemão é mais que um cachorro. É amigo de todo mundo. Acompanha pessoas até o seu local de trabalho e até passeia junto com quem leva o seu cachorro pra passear.

Hoje, tem entre 18 e 19 anos. Sobreviveu à crueldade de um homem. Mas hoje vive graças à generosidade de outros, como a família que lhe deu um lugar para morar e de várias outras pessoas do bairro, como o Sr. Celso, proprietário de uma casa de carnes que ajuda a cuidar dele.

No fundo, o Alemão não é de ninguém. É um cachorro de alma livre e que gosta de todo mundo, ou quase. Ele é do bairro e de seus moradores. É a alegria da Tristeza.

Fonte: Zero Hora

Você viu?

Ir para o topo