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Inteligência nos animais

20 de junho de 2009
3 min. de leitura
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Inicialmente, cumpre definir inteligência e instinto.

Uma definição de inteligência foi dada pelo psicólogo W. Stern, na segunda década do século XX: “inteligência é a capacidade de se adaptar a situações novas mediante o consciente emprego de meios ideativos.”

Outra definição, de William James: “inteligência diz respeito à adaptação a novas condições ambientais pela variação da conduta.”

Afirma outro cientista: “A inteligência humana é composta de um número de funções neurais correlacionadas e cooperativas, muitas das quais já estão presentes em outros primatas, como memória de longo prazo, visão colorida, uso de símbolos complexos, etc.”

Inteligência vem do latim inter + legere – é a capacidade de escolher algo entre outras coisas, a capacidade de discernir. É a capacidade de resolver problemas.

Instinto é uma tendência natural, uma força de origem biológica. Instinto é um padrão herdado de respostas ou reações a certos tipos de situações ou características de determinadas espécies. Dirige os seres vivos em suas ações, fora de sua vontade e no interesse de sua conservação.

Instinto vem do latim “instinctus”, e quer dizer impulso ou excitação. Como ensina o biólogo Celso Martins, é o conjunto de todas as atividades ou tendências naturais derivadas das necessidades do ser vivo. Este ser vivo é como que impulsionado a agir de um determinado modo a fim de favorecer a sua preservação individual e a da espécie. O instinto não está sujeito a nenhuma aprendizagem.

O ser humano é dotado de inteligência e instinto. Já o instinto domina na maioria dos animais, contudo, há neles também inteligência – e, num mesmo ato pode haver instinto e inteligência, simultaneamente.

Afirmam alguns pesquisadores que, o que nos diferencia dos animais é a percepção de certo e errado. Mesmo os animais mais inteligentes não parecem possuir sentido moral. Eles têm certos controles sobre seus comportamentos, mas esses controles são instintivos e não baseados num código moral (o que é contestado por alguns cientistas). O homem é dotado de razão – de juízo e senso moral. Por isso o homem é responsável por seus atos. Esse código moral além de ser individual, varia de grupo social para grupo social e, através do tempo.

A inteligência humana manifesta-se através da linguagem, para transmitir conhecimento, pelas seguintes formas:
–    linguagem oral verbal.
–    linguagem oral escrita.
–    linguagem corporal.

E os animais, possuem linguagem,  e portanto inteligência ?
Será a linguagem exclusiva da espécie humana?
Animais podem se comunicar?

Os cientistas afirmam que os animais possuem um tipo de linguagem diferente da dos humanos. Os animais podem comunicar-se entre si e conosco e, usam a linguagem  oral verbal : latidos, miados, resmungos, choramingos, etc. e a linguagem corporal: abanar o rabo, rolar no chão, encolher-se, balançar a cauda, etc.

Os animais exprimem as sensações que experimentam – não é só o homem que possui a faculdade da linguagem e, portanto, pode-se afirmar que possuem inteligência.

Mas, além de se comunicarem através da linguagem, novos estudos mostram que os animais conseguem fabricar ferramentas, desenvolver a memória, transmitir cultura e planejar estratégias.

Marc Hauser, psicólogo da Universidade de Harvard, em seu livro “Mentes Selvagens”, propõe que, os animais evoluíram de acordo com suas necessidades, respondendo a desafios diferentes para desenvolver suas habilidades. Logo, cada espécie é inteligente à sua maneira. A maioria das espécies é, de modo geral, equipada com mecanismos de aprendizado que podem ocorrer por dedução ou tentativa e erro e se espalhar por imitação ou pelo ensinamento: peixes (pesquisador César Ades) e aranhas (pesquisador Culum Brown) têm memória; cães entendem um vocabulário básico; macacos desenvolvem um novo comportamento e repassam-no aos seus semelhantes, o que é transmissão de cultura  (macaca Imo que passou a lavar batatas-doces, no Japão); chimpanzés que panejam estratégias de caça; macacos prego e corvos que usam ferramentas para  alcançar alimentos.

E, como afirma Marc Hauser :

“Cada espécie, com sua mente única, favorecida pela natureza e moldada pela evolução, é capaz de enfrentar os mais fundamentais desafios que o mundo apresenta. Apesar de a mente humana deixar uma marca característica no planeta, nós certamente não estamos sozinhos nesse processo.” “Convivemos nesse planeta com animais pensantes.”

É, a natureza é mesmo sábia!!!

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