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Governador de província angolana defende preservação da palanca-negra-gigante

14 de junho de 2009
4 min. de leitura
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O governador da província de Malanje, Boaventura da Silva Cardoso, considerou ser imprescindível a preservação e conservação da Palanca Negra Gigante, bem como o seu habitat e as referidas infraestruturas.  Boaventura Cardoso fez este apelo à população, durante uma visita de trabalho que efetuou ao Parque Nacional de Cangandala, que fica a 55 quilômetros a sul da cidade de Malanje, e que é o habitat da palanca-negra-gigante, espécie que pode ser encontrada apenas em Angola.

A palanca-negra-gigante é um antílope raro, que só existe em Angola e conta com algumas subespécies, que se encontram também nas províncias do Bié e Kuando-Kubango.  “Temos que fazer tudo para preservar e conservar a palanca-negra, mas, para isso, temos que prestar maior atenção ao parque por ser uma reserva natural, porque as informações que colhemos nos preocupam relativamente às dificuldades como orçamento próprio, farda para os fiscais poderem exercer condignamente o seu trabalho”, sustentou.

Por outro lado, Boaventura Cardoso destacou a necessidade de se combater os caçadores, bem como se ultrapassar outros constrangimentos, que influenciam na extinção das espécies animais que habitam no Parque Nacional de Cangandala, sobretudo a palanca-negra. 

O governador comprometeu-se em envidar esforços, no sentido de tudo fazer para resolver os principais problemas registrados no parque de Cangandala e as aldeias circunvizinhas, referindo que o governo da província terá que trabalhar, em colaboração com o Ministério do Ambiente, na preservação e conservação da palanca e do seu habitat.

Reiterou a intenção de reativar o protocolo de cooperação existente entre o governo de Malanje, a Universidade Católica e o Ministério do Ambiente, relacionada com o estudo científico da palanca-negra.  A par dessa preocupação, o governante reconheceu haver muitas dificuldades da população que reside nas aldeias que circundam o Parque Nacional de Cangandala, relativamente à educação, saúde e outras, pelo que esforços serão envidados para se ultrapassarem, bem como implementar ações que façam render o turismo nesta zona. 

Para tal, anunciou como prioridade a reabilitação da estrada que dá acesso ao parque, a partir da sede municipal de Cangandala, para facilitar a entrada de turistas nacionais e estrangeiros e consequentemente se gerar receitas para o município.

“Vamos reabilitar a estrada e criar condições para os turistas, porque o parque pode dar muitas receitas para o município de Cangandala, desde que sejam criadas infraestruturas com condições à dimensão de outros parques de Angola e outros países”, sustentou, acrescentando que será criado um polo de desenvolvimento turístico na localidade.

Pediu colaboração da população com as administrações do município e do parque, por formas a que em conjunto, sejam melhoradas as condições de vida de todos e consequentemente o governo prestar a sua ajuda e proporcionar o seu bem-estar.

O administrador do Parque Nacional de Cangandala, Cardoso Raimundo Bebeca, informou que, até então, a caça furtiva era forjada no parque e o cenário era de conflito, o que resultou na redução de muitas espécies, situação esta que ficou ultrapassada com a assinatura de uma parceria entre a administração e o centro de investigação científica para a salvaguarda dos animais e a proteção do parque, sob supervisão do Ministério do Ambiente e a Universidade Católica, autoridades tradicionais e a Polícia Nacional.

Acrescentou que, com a criação do corpo de fiscalização das  infraestruturas e dos respectivos animais, deu-se o início à intensificação do patrulhamento das áreas consignadas com objetivo de se frustrar as ações dos caçadores , o que resultou igualmente na apreensão de várias armas de fogo e outros equipamentos de caça. 

As últimas imagens que comprovaram a existência da palanca-negra-gigante foram em abril de 2005, por meio de câmara fotográficas digitais montadas pelo centro de estudo e investigação científica da Universidade Católica, ao longo das salinas frequentadas pelos animais, tendo sido realizada a primeira conferência internacional sobre a palanca em setembro de 2006 na província de Malanje, com o intuito de se provar a sua existência.

Por outro lado, o administrador do parque manifestou algumas preocupações relacionadas com a necessidade de se criar condições logísticas para os funcionários e vedação do parque, formação dos quadros, entre outros.

Criado em 1963, o Parque Nacional de Canganda tem uma extensão de 630 quilômetros quadrados. Para além da palanca-negra-gigante, a fauna do parque inclui ainda a palanca-vermelha, a quissema, a sitatunga, o nunce, o golungo, bambi, seixa, javali e o porco-do-mato.

Fonte: Angola Press

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