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Nutricionista relaciona as causas da gripe suína com o consumo de carne

20 de maio de 2009
3 min. de leitura
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Um dos assuntos de maior destaque na mídia nas últimas semanas tem sido a gripe suína, seu avanço pelo mundo e as consequências do aumento de número de casos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, há mais de 9.800 casos confirmados em 40 países.
Todo o debate em torno dessa doença respiratória que teve origem em porcos a partir da combinação de material genético de diferentes vírus de gripe fez com que a nutricionista da Franquia Mundo Verde, Bruna Murta, escrevesse um artigo sobre as relações entre a gripe suína e o consumo de alimentos. Confiram o que ela diz sobre nossos hábitos alimentares e a escolha pelo vegetarianismo:

A grande demanda por produtos fabricados com a carne de porco, em virtude do constante crescimento do consumo desses derivados, faz com que a criação desses animais aumente a cada dia. Em 1965, havia nos EUA cerca de 53 milhões de porcos espalhados entre mais de um milhão de currais. Hoje, mais de 65 milhões de porcos concentram-se em 65 mil instalações. Esse grande aumento na criação desses animais significa um amontoamento de dezenas de milhares de animais com sistemas imunológicos debilitados. Cientistas advertem sobre o perigo das granjas industriais: a contínua circulação de vírus nestes ambientes aumenta as oportunidades de aparição de novos vírus mais eficientes na transmissão entre humanos.

Há relatos de que nos EUA, há regiões onde a população de porcos chega a cinco para cada habitante. Esse dado nos mostra como estão as regiões onde há criação de porcos, com todos os restos fecais que são expostos em grandes tanques, nos quais são colocadas as fezes e jogados os porcos que morrem e demais dejetos orgânicos.

Algumas empresas de produção de derivados da carne de porco podem estar diretamente ligadas ao surto da gripe suína. Em muitas delas, os resíduos orgânicos e fecais produzidos não são tratados adequadamente, levando à contaminação da água e do vento.

Diante disso, é importante que passemos a questionar a origem e a forma de como se produz o que comemos.

Uma das principais razões que leva as pessoas a se tornarem vegetarianas é o respeito pelos animais, a fim de eliminar todos os tipos de exploração e experiências feitas com eles. A competição para produzir carnes e outros derivados dos animais faz com que os mesmos sejam tratados como objetos e mercadorias. As condições em que são criados são cada vez piores: espaços minúsculos, condições estressantes, más condições de transporte, as crias são tiradas de suas mães, etc.

Um exemplo disso são os porcos que, por serem sensíveis ao estresse, adoecem com muita facilidade quando são transportados ao matadouro ou para engorda em uma região distante. Geralmente são mantidos no escuro por aproximadamente 24 horas para se acalmarem. As mães são impedidas de cuidar de suas crias, e somente as alimentam para que engordem. Os filhotes são levados ao desmame após 3 a 4 semanas de vida, ao invés das 14 semanas naturais. Com cerca de 70 dias de vida são levados à engorda, onde são colocados em cubículos, em pavimentos de grades sem palha, provocando feridas nas suas patas. Estes animais sofrem de estresse severo devido à limitação de seus movimento e, frustrados, acabam adoecendo. Daí o excesso de antibióticos.

Asdietas vegetarianas proporcionam vantagens econômicas, além de contribuírem para erradicar a fome no mundo. Cerca de 33% dos grãos produzidos no mundo são para alimentar os animais criados para o consumo humano. Com o aumento do vegetarianismo, poderá haver muito menos pessoas subnutridas ou que morram de fome em todo o mundo.

Ao ser vegetariano, privilegia-se o respeito pelo outro e pelos animais. Ser vegetariano é, sem dúvida, uma forma mais harmoniosa e compassiva de encarar os animais e o mundo. Uma opção mais natural de vida e de estar em sintonia com natureza e consigo próprio.

Fonte: Mundo Verde

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