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Homem mata cachorro a tiros em Campinas (SP)

29 de maio de 2009
2 min. de leitura
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O comerciante identificado como Alexandre, 48, em boletim de ocorrência registrado no 4º Distrito Policial, matou com quatro tiros de espingarda seu cachorro da raça pitbull e provocou indignação entre seus vizinhos, em uma pacata rua do bairro Taquaral, em Campinas.Duque, como era chamado o cachorro, segundo a vizinha V.S.O., 31, foi morto “com requintes de crueldade” na noite de quinta-feira passada porque “não dormia no lugar certo”.

“Ele disse que primeiro atirou no ombro e depois na pata até os vizinhos chamarem a polícia que não pôde entrar, pois estava tudo fechado. Todo mundo tem medo dele aqui”, relatou.

O acusado admitiu ter disparado quatro vezes em Duque com uma espingarda que herdou do pai, mas para sacrificá-lo. “Ele havia se tornado violento. Atacou a mim e a minha mãe, de 80 anos, mais de uma vez”, justificou.

O comerciante descreveu a noite em que matou seu animal de estimação a tiros. “Ele já havia me mordido no dia anterior e veio para cima novamente por volta de 23h de quinta-feira passada. Peguei uma cadeira de ferro e espantei ele para o quintal. Peguei a arma e atirei nele da janela, mas dois tiros falharam”, contou.

Segundo outra vizinha e estudante S.V., 22, foram realizados quatro disparos com intervalos de cerca de 15 minutos entre eles. “Ele latiu muito alto, como se estivesse chorando. Achei que ele estava com medo de algo. Ele matou? O Duque era tão calmo”, afirmou.

O acusado, no entanto, explicou a raiva do cachorro por um problema que Duque tinha no ouvido. “Tentamos tratar, mas não resolvia e ele estava cada vez mais agressivo”, disse o comerciante.

Quando perguntado pela reportagem porque não havia chamado um veterinário, ele justificou que era assim que se fazia no seu “tempo”. “Não queria matar ele, mas no calor das circunstâncias não teve outro jeito”, admitiu. O corpo do cachorro foi “embrulhado” e, segundo ele, jogado em um rio.

Segundo a promotora de Justiça Verônica da Silva, caso seja comprovado, o caso fere o artigo 32 da Lei de Crime Ambiental que prevê pena de três meses a um ano de detenção e multa.

“O crime de maltratar, ferir ou mutilar animais domésticos pode ter a pena aumentada, ainda, em um terço, no caso de morte”, explicou.

O veterinário Luis Testolini opinou que, em hipótese nenhuma, um sacrifício deve ser feito a tiros. “Quando um animal é muito agressivo existem várias alternativas como curá-lo e ensiná-lo. Mas, em um caso extremo, o sacrifício pode ocorrer sempre com anestesia e sem dor para o animal”, esclareceu. O tratamento custa em média R$ 100.

Fonte: por  Daniel Azevedo (Todo Dia)

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