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Enforcamento de cachorro para ser usado como oferenda em ritual causa revolta no RS

23 de maio de 2009
2 min. de leitura
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Um cão de grande porte foi encontrado enforcado em uma árvore, na tarde desta quinta-feira (21/05), próximo à estrada Rio Grande-Pelotas (BR-392). Usado como oferenda em uma espécie de ritual, o animal estava rodeado por diversos cartazes em forma de coração, que remetiam à passagem do Dia das Mães. Bebidas e frutas completavam o cenário insólito.

Quem localizou o cachorro foi um motoboy que se deslocava pelo Corredor dos Banhados, estrada vicinal que margeia a rodovia em Rio Grande. Ao vistoriar as proximidades, a Brigada Militar encontrou roupas íntimas, um relógio de pulso, uma niqueleira vazia e uma sacola com ursos de pelúcia.

De acordo com os policiais, denúncias desse tipo são raras à guarnição. A ocorrência não será seguida de procedimento, porque o responsável pelos maus-tratos não estava no local durante a operação. Todos os objetos encontrados permaneceram na área.

Em Rio Grande, são registradas a cada ano cerca de 2 mil ocorrências de maus-tratos a animais. A diretora da Associação Rio-grandina de Proteção aos Animais (Argipa), Lenir Amaral, espera que o crime seja solucionado o mais breve possível.

“Estou estarrecida. Há muitos casos parecidos com esse, mas não há como negar que este em particular é horrível”, disse a diretora, que deve acionar advogados para cobrar uma “ação enérgica” da Promotoria.

O presidente da União Rio-grandina de Cultos Umbandistas e Afro-brasileiros Mãe Iemanjá (Urumi), Pai Nilo de Xangô, explica que esse tipo de ritual não é reconhecido pela umbanda, pois se trata de um ato cruel.

“Nossa religião condena tais atos, porque pedimos saúde e proteção em nossas oferendas, e não o contrário”, explica.

O crime

A Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998) inclui os maus-tratos aos animais. Essa lei, em seu artigo 32, prevê detenção de três meses a um ano, e multa para quem “praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos”.

Fonte: Zero Hora

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