EnglishEspañolPortuguês

Moradores de Joinville se revoltam com falta de atendimento a cavalo atropelado

22 de maio de 2009
3 min. de leitura
A-
A+

Vizinhos, com pena do bicho, estão dando água para o animal, que já mostra sinais de fraqueza. De longe a dona de casa Iracema Palmeira, 49 anos, já vem gritando indignada: “Um bicho tem mais amor do que um ser humano. Como pode uma coisa dessas?” A mulher se referia a égua Pocotó que não desgruda do cavalo Pampo, que há oito dias não sai do lugar porque foi atropelado por um caminhão na rua Florianópolis, no bairro Itaum. Pampo está com a pata traseira quebrada.
A mulher se referia a égua Pocotó que não desgruda do cavalo Pampo, que há oito dias não sai do lugar porque foi atropelado por um caminhão na rua Florianópolis, no bairro Itaum. Pampo está com a pata traseira quebrada.

Fica o dia deitado, de um lado só e feridas já começam a aparecer. Vizinhos, com pena do bicho, estão dando água para o animal, que já mostra sinais de fraqueza. O que mais revolta Iracema, uma mulher simples do bairro Itaum, é que ninguém dá bola para o cavalo. Ela tem uma lista de telefones que ligou pedindo ajuda. Ninguém deu muita atenção.

– Já liguei pra Prefeitura, para a Seinfra, pra polícia ambiental e nada é feito. Uma barbaridade. A única que dá atenção para o animal caído no chão é aquela égua – diz ela, sobre os órgãos públicos que ignoraram a atenção e para a égua Pocotó, a fiel amiga do combalido Pampo.

Nesta quinta-feira à tarde, a Polícia Militar esteve no lugar, um terreno baldio na rua João Militão de Mourão, uma lateral da rua Florianópolis. Os policiais não sabiam o que fazer com o bicho. Chegaram a falar em sacrifício. Os moradores não deixaram. Eles querem uma providência sobre o que fazer com o animal.

Estão revoltados e querem uma solução. Pampo tem dono. E o dono está no Presídio Regional de Joinville. É o mesmo proprietário da égua Pocotó. Desde que a polícia o prendeu em flagrante, o animal ficou solto. Sem nenhum cuidado. Ao tentar atravessar a movimentada rua Florianópolis foi atingido por um caminhão. Há mais de uma semana, o cavalo não anda mais.

Fica deitado e precisa de ajuda para alimentar-se. Não tem mais forças sequer para ficar em pé. Enquanto a ajuda não vem, Pampo continuará lá deitado, tendo a ajuda de moradores, que com pena do bicho não deixam ele morrer. Por causa de uma pata quebrada, Pampo está abandonado, sem ter para onde ir.

Solução deve ser sacrificar o bicho

Sem ter um órgão específico para cuidar de animais na situação do cavalo Pampo, o jogo é de empurra-empurra na Prefeitura de Joinville. O caso poderia ser solucionado se houvesse um Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) em Joinville, uma luta de mais de uma década e que encontrou em discussão na Câmara de Vereadores de Joinville nesta semana.

– Alguns pensam que o Centro de Zoonoses é só para resolver problema de cães e gatos. É uma visão equivocada. Um CCZ também é para analisar e resolver problemas como o caso deste cavalo – diz o veterinário da Secretaria Municipal da Saúde, Ítalo Osmar Lenzi.

Na opinião de Ítalo Lenzi, a recuperação da fratura na perna de um cavalo pode ter um custo muito alto e fora dos padrões financeiros do proprietário do animal. Em caso de muito sofrimento, a eutanásia (matar o cavalo) seria a solução mais adequada.

– Como é um cavalo de baixo valor é preciso fazer uma avaliação da situação, mas em episódios de muito sofrimento a solução é mesmo o sacrifício – entende Lenzi.

A Fundação 25 de Julho, que poderia indicar um veterinário para analisar a situação do animal, foi informada nesta quinta sobre o problema e irá analisar na sexta se é de sua responsabilidade o atendimento ao cavalo. Conforme a assessoria de imprensa do órgão municipal, nestes casos é aconselhado o sacrifício do animal.

Fonte: A Notícia

Você viu?

Ir para o topo