EnglishEspañolPortuguês

Jornalista é julgada e condenada por matar 12 peixes na TV

20 de maio de 2009
2 min. de leitura
A-
A+

Enquanto muitos jornalistas pelo mundo encaram processos judiciais por conta de denúncias e críticas a governos autoritários, uma apresentadora de televisão da Dinamarca, uma das democracias mais desenvolvidas do mundo, foi julgada e condenada por ter matado alguns peixes para comprovar sua reportagem.

Reprodução / TV DR
Segundo a edição online do jornal The Copenhagen Post, a apresentadora Lisbeth Koelster, da rede pública de televisão DR, foi denunciada por telespectadores em 2004, após a veiculação de uma reportagem na qual ela tentava demonstrar que a marca de xampu Terva continha produtos tóxicos. Baseada em um estudo realizado na Suécia que alegava que o xampu poderia matar peixes, Lisbeth tentou reproduzir a pesquisa e despejou pequenas quantidades do xampu em um aquário com 13 lebistes, pequenos peixes também conhecidos no Brasil como “barrigudinhos”. Após três dias, 12 dos 13 peixes estavam mortos, comprovando a tese dos cientistas suecos.
A repercussão da reportagem foi tanta que o xampu acabou sendo retirado do mercado, mas a jornalista também sofreu as consequências. Ela foi denunciada por maus-tratos, mas o julgamento foi realizado apenas na semana passada, na corte distrital da cidade de Glostrup. O promotor público pediu que Lisbeth Koelster fosse condenada a pagar uma multa de 10 mil coroas dinamarquesas (cerca de R$ 3,7 mil), enquanto seu advogado, Tyge Trier, alegou que ela agiu “em defesa do interesse jornalístico”. Segundo Trier, a atuação da jornalista foi semelhante à de jornalistas que, por exemplo, entram com facas em aeroportos para demonstrar a falta de segurança dos terminais.
A Justiça dinamarquesa atendeu o pedido da promotoria e condenou Lisbeth por violação do Ato de Proteção aos Animais, mas a jornalista acabou isenta do pagamento da multa já que, como cinco anos se passaram, ela foi privada do direito a um rápido julgamento. Ainda assim, a dinamarquesa reclamou da condenação.
Fonte: Época

Você viu?

Ir para o topo