EnglishEspañolPortuguês

Sorte de varas motiva queixa de entidade de proteção animal à UNESCO

12 de abril de 2009
2 min. de leitura
A-
A+

A Associação Ecológica Amigos dos Açores enviou um documento aos responsáveis internacionais e nacionais da UNESCO, em que denuncia a possibilidade de se vir a legalizar a sorte de varas nas touradas açorianas. Na denúncia, a associação ecológica põe em questão a manutenção da classificação de cidade Patrimônio Mundial da UNESCO para Angra do Heroísmo, caso se confirme a legalização desta prática, já que viola os princípios daquele organismo mundial, “promovendo a tortura animal enquanto espetáculo de entretenimento do homem, que nada tem a ver com a cultura e tradições locais”.
A Associação Amigos dos Açores justifica a sua posição apoiando-se na Declaração Universal dos Direitos dos Animais, que defende que nenhum animal pode ser submetido a maus-tratos nem a atos cruéis, que nenhum animal deve ser explorado para entretenimento do homem, e que exibições de animais e espetáculos que se sirvam de animais sejam compatíveis com a sua dignidade.
Recordando que o novo Estatuto Político-administrativo dos Açores estabelece que “os espetáculos e divertimentos públicos na região, incluindo touradas e tradições tauromáquicas nas suas diversas manifestações”, são considerados “matérias de cultura e comunicação social”, sobre as quais compete ao Parlamento Regional dos Açores legislar, a associação ecológica da Região alerta para o fato de “um grupo minoritário de aficcionados” estar a “exercer pressões sobre os deputados da Assembleia, no sentido da legalização da sorte de varas nos Açores”, referindo ainda que “por iniciativa de deputados de vários partidos políticos com representação parlamentar, está em preparação um projeto legislativo que visa à legalização daquela prática cruel, baseada no sofrimento e exploração de animais para entretenimento do homem”.
Segundo os Amigos dos Açores, as pressões são mais fortes na ilha Terceira, onde os defensores da sorte de varas projetam touradas picadas na praça de touros da cidade Patrimônio Mundial. O documento redigido pela associação ecológica teve como destinatários o diretor geral da UNESCO, Koichiro Matsura, o representante permanente de Portugal, Manuel Maria Carrilho, o presidente da Comissão Nacional, Fernando Guimarães, a secretária executiva da Comissão Nacional, Manuela Galhardo, e a representante da Região Autônoma dos Açores na Comissão Nacional, Gabriela Canavilhas, também diretora regional da Cultura.
Fonte: AO online

    Você viu?

    Ir para o topo