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Aberta a caça às focas

4 de abril de 2009
2 min. de leitura
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A imagem da semana, em edição mais recente da revista Veja, tem um caçador empunhando seu hakapi – um bastão de madeira com ponta de metal e gancho acoplado – em frente a um bebê foca, minúsculo comparado ao gelo, mas, principalmente, pequeno demais comparado ao caçador.
Indefesos, os bebês focas são alvos fáceis exatamente por serem pequenos demais para fugir. Eu insisto em não compreender como alguém tem coragem de enfiar um gancho na cabeça de um filhote e arrastá-lo em sua direção, enquanto o bebê agoniza em dor, sofrimento e sangue. Por que, afinal de contas, o ser humano é tão cruel?
Me assusta pensar que mesmo pessoas que jamais teriam coragem de matar uma foca ou qualquer outro animal, financiam a caça com a compra de produtos confeccionados com suas peles. Prova disso são os 338 mil e 200 animais que serão assassinados nesta temporada de caça no Canadá. Repito: trezentos e trinta e oito mil e duzentos animais. Serão 55 mil animais mortos a mais do que na temporada de caça passada. Tal absurdo, segundo o Canadá, é essencial para a manutenção da população de focas. A diferença esse ano é que está proibido arrancar a pele com o animal ainda vivo. Barbárie que, para a ministra da pesca, Gail Shea, não acontece. Segundo ela, “a imagem que as pessoas têm é da foquinha branca levando um golpe na cabeça e tendo a pele removida ainda viva. Simplesmente não é verdade.” Então por que foi proibido? Para piorar ainda mais, o “novo” método é tido como humanitário. Como se esmagar a cabeça de um animal com incansáveis pauladas merecesse algum rótulo diferente de assassinato.
Segundo a revista, os EUA já proibiram a importação de peles de focas, mas Rússia, China e Noruega ainda são os grandes compradores. Sendo assim, já que vivemos em um mundo de comércio sem fronteiras, leia etiquetas e questione. Se há quem compre, há quem mata para vender.

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