EnglishEspañolPortuguês

A vez dos cangurus

16 de janeiro de 2009
2 min. de leitura
A-
A+

Eu fiquei perplexa ao ler uma matéria na Folha de S. Paulo, cujo título diz: “Pesquisadores recomendam carne de canguru para combate ao aquecimento na Austrália”.
O primeiro ponto a ser destacado é a absurda ignorância desses pesquisadores ao acharem que soluções locais resolverão um problema global. Não é necessário ser phD para compreender que o aquecimento global não ocorre apenas na Austrália. Em vez de focarmos nossos esforços para as soluções pertinentes ao aquecimento global, que realmente sejam concretas e cabíveis, há quem sugira trocar o animal para abate. Simples assim. Não coma mais boi, agora coma canguru. Se você é vegetariano, vai ficar espantado. Se não é, talvez salive ao saber que a carne de canguru é light, e este será o principal argumento para as massivas campanhas a favor do consumo.
Como se não bastasse, os pesquisadores também sugerem a carne de camelo: “Faça como eu, hoje comi camelo”, declarou o professor Murray McGregor, coautor de um estudo realizado durante três anos sobre a superpopulação de camelos. Tais pesquisadores sugerem a substituição desses animais por bois, visto que a pecuária é um dos principais contribuintes ao aquecimento global. As flatulências dos ruminantes contêm metano, gás de efeito estufa 21 vezes pior que o dióxido de carbono. Além disso, suas fezes exalam dióxido nitroso, gás com poder aquecedor na atmosfera 296 vezes maior que o CO2.
Mas, se não tivéssemos designado esses animais a servirem de alimento ao mundo, os transformado no produto alimentar mais cobiçado do planeta e, com isso, feito com que se multiplicassem exageradamente, a espécie jamais seria crucial para tal desequilíbrio ambiental. Ou seja, sem devaneios e de maneira mais simples e direta, se não existisse o ser humano, sem dúvidas a quantidade de bois existentes na Terra seria natural e totalmente equilibrada. O mesmo acontece com camelos, cangurus e qualquer outro animal. Eles não se autodestroem como a gente.
Não é com a troca de um por outro que vamos diminuir os gases prejudiciais ao aquecimento global. Todas as criações para abate geram atritos, poluição e desarmonia ao meio ambiente. Quanto mais insistirmos em nos alimentar de outros seres vivos, mais vamos “atirar em nossos próprios pés”. Não há como criar animais para alimentar a enorme população de seres humanos. Extrapolamos os limites. Há excesso de pessoas. Há excesso de inconscientes.
Se realmente quisermos minimizar o aquecimento global, precisamos de controle de natalidade já. Precisamos diminuir drasticamente a procriação humana, precisamos educar quem já nasceu, precisamos aderir ao veganismo com urgência. Todos nós podemos ser pesquisadores. Não há falta de informação para quem quer escolher pela vida de TODOS os animais.

Você viu?

Ir para o topo