EnglishEspañolPortuguês

Rock and roll e vegetarianismo: “Meat is Murder”!

26 de dezembro de 2008
Paula Brügger
2 min. de leitura
A-
A+

Meat is Murder, lançado em fevereiro de 1985, foi o terceiro álbum da banda britânica The Smiths. Brilhante e muito bem-sucedido, o álbum ocupou a primeira posição nos principais canais da Grã-Bretanha durante 33 semanas e a primeira posição em canais alternativos por 64 semanas, algo sem precedentes! E mais, o título do álbum abriu os olhos de muitos jovens para a violência e brutalidade presentes em nossas escolhas alimentares baseadas em ingredientes provenientes de animais. Meat is Murder lamenta em tom de luto a desnecessária morte de seres sencientes, isto é, aqueles capazes de experimentar alegria, dor, medo etc.

A letra começa dizendo que “os lamentos chorosos da novilha são como o choro e os gritos humanos e que a bela criatura tem que morrer, embora sua morte seja sem razão. E morte sem razão é assassinato” (o verbo em inglês to cry pode ser chorar ou gritar):

Heifer whines, could be human cries
closer comes the screaming knife
this beautiful creature must die
this beautiful creature must die
a death for no reason
and death for reason is MURDER.

Mas a letra da música tem também um tom raivoso, já que coloca a culpa pelos assassinatos de animais inocentes diretamente no prato de quem os come: “A carne de peru ou novilha que fritamos ou cortamos em pedaços não é suculenta ou saborosa, é uma morte sem motivo e morte sem motivo é assassinato”. A letra termina com as perguntas: “Você sabe como os animais morrem? Quem ouve os gritos dos animais?”.

and the flesh you so fancifully fry
is not succulent, tasty or nice
it’s death for no reason
and death for no reason is MURDER
and the calf that you carve with a smile
is MURDER
and the turkey you festively slice
is MURDER
do you know how animals die?
who hears when animals cry?

Numa entrevista à revista pop britânica Melody Maker, em março de 1985, Morrissey, líder da banda, destaca ainda que a ligação entre a violência pessoal, em casa, e a violência institucionalizada, como a da indústria da carne e da guerra, estão completamente conectadas. Ele considera a violência contra seres humanos e a violência contra os animais como as duas faces de uma mesma moeda e destaca que, enquanto houver tanta violência contra os animais, haverá guerra. “Pode parecer absurdo, mas se você pensar seriamente no assunto faz sentido. Onde houver essa absoluta falta de sensibilidade no que tange à vida, sempre haverá guerra”, diz ele.

Você viu?

Ir para o topo