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Morsa doente e extremamente magra é explorada por zoo

19 de agosto de 2016
4 min. de leitura
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Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Reprodução/PhilipDemers
Reprodução/PhilipDemers

Uma morsa de 13 anos chamada Zeus, explorada pelo Parque Marineland, no Canadá, surgiu em condições alarmantes no local. Em um vídeo postado no YouTube a morsa é vista arrastando seu corpo  extremamente magro por um palco em meio a gritos ensurdecedores da plateia, segundo o The Dodo.

Zeus exibe uma  fraqueza excessiva antes de abaixar a cabeça e, por fim, se jogar no chão. Se a morsa age como um animal idoso no vídeo, na realidade, ela é muito jovem para a espécie que pode viver até os 40 anos na natureza.

“Ele está perigosamente magro. É possível ver os ossos do quadril, a coluna. Sua pele está despencando. Não há praticamente nenhuma barriga”, afirmou Philip Demers,  ex-treinador de mamíferos marinhos do parque.

Marineland, no entanto, tentou justificar o estado angustiante da morsa.

“Como vocês provavelmente já viram em muitos tabloides, qualquer um pode tirar uma fotografia pouco lisonjeira de alguém para fazê-lo parecer doente ou infeliz”, o parque declarou em um comunicado à reportagem.

Segundo o parque, Zeus faz exames e tem acompanhamento de uma equipe médica e de veterinários. “Ativistas irão continuar a postar informações e fotos enganosas. Continuaremos a fornecer informações precisas e cuidar de todos os animais”, acrescentou Marineland.

Porém, poucas pessoas conheceram Zeus tão intimamente como Demers. Ele trabalhou com as morsas do parque durante 12 anos até 2012 e, de acordo com ele, a condição alarmante de Zeus provocou uma “discussão acalorada” com o seu empregador e Demers se demitiu.

“Eu o vi ter um colapso muitas vezes, os shows atrasavam. Ele tem um problema de regurgitação crônica”, relatou.

Desde que deixou o Marineland, Demers iniciou uma campanha exigindo leis de proteção animal em Ontario que efetivamente proíbam as exposições de parques marinhos.

Uma petição feita por Demers pressionando Ontario a aprovar leis mais rígidas referentes aos animais abusados em exposições já recebeu mais de 130 mil assinaturas.

Reprodução/PhilipDemers
Reprodução/PhilipDemers

Devido à mobilização de Demers, ele foi processado pelo parque em 2012 sob o pretexto de que estava tentando roubar uma morsa chamada Smooshi do estabelecimento.

O ex-funcionário declarou que queria que Smooshi, órfã de 18 meses quando chegou ao parque, tivesse uma vida mais digna. “Sua saúde me preocupa e a qualidade de sua vida é muito afetada na minha ausência”, ele escreveu em um blog na época.

“Ela precisa tanto de mim como preciso dela. Sua vulnerabilidade me humilha e ela me torna um ser humano melhor. Smooshi me ofereceu tantas experiências e oportunidades incríveis e valorizo sua vida da mesma maneira que faço com os membros da minha família”, adicionou.

O processo, no entanto, não impediu Demers de protestar contra Marineland especialmente nas mídias sociais. Recentemente, o parque respondeu a ele no Facebook com a seguinte mensagem: “Nenhuma de nossas morsas está doente”.

A aparência e a extrema fraqueza de Zeus comprovam como os animais são cruelmente abusados pelo local. Demers acredita que Zeus deve ter menos de um terço do peso que uma morsa de sua idade deveria ter.

Existe um aspecto emocionante no vídeo. Há outra morsa atrás de Zeus, que parece agir de forma protetora com ele. Em um momento, ela até toca seu nariz no dele.

Ela se chama Sonja e, segundo Demers, ela e Zeus foram capturados na Rússia enquanto eram filhotes. Enquanto Zeus luta para conseguir se manter no palco, Sonja parece sentir sua dor.

A morsa doente tem uma amiga ali dentro, mas agora irá precisar de muito mais amigos do lado de fora para se libertar de tanto sofrimento.

Nota da Redação: O caso trágico de Zeus é resultado do egoísmo e da falta de sensibilidade humana que alimentam uma indústria que enxerga os animais como meras propriedades usadas para o entretenimento. Zeus, Sonja e Smooshi  são mantidos em cativeiro e vítimas de intensos maus-tratos porque o público ainda financia parques e instalações semelhantes.  É urgente que as pessoas se conscientizem sobre a exploração animal nestes estabelecimentos e parem de visitá-los. Somente desta forma, os animais terão paz.

 

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