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Restam mais tigres confinados nos EUA do que nas florestas do mundo todo

9 de abril de 2016
2 min. de leitura
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Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Foto: reprodução/Getty Images
Foto: reprodução/Getty Images

Há mais tigres em cativeiro hoje nos EUA, vivendo confinados em lares privados ou explorados em zoológicos e na indústria do entretenimento, do que na própria natureza no mundo todo.

O cenário é devastador e ainda assim a legislação que deveria protegê-los é ineficiente. Estima-se que entre cinco e dez mil tigres estejam vivendo longe de seu habitat nos EUA, enquanto restam apenas 3.200 nas florestas do mundo todo, de acordo com matéria do The Huffington Post.

Também não está claro quem tutela esses tigres e o que acontece quando falecem, de acordo com Leigh Henry, porta-voz do World Wildlife Fund. “Ninguém sabe ao certo… porque as leis sobre criação de tigres são confusas e negligentes,” disse ao Take Part.com.

Todos os tigres são, teoricamente, protegidos no âmbito da lei sob o “Ato pelas Espécies Ameaçadas”. Mas somente as subespécies reconhecidas como Tigres de Bengala ou Tigres Siberianos são monitoradas e regulamentadas, enquanto os chamados “tigres genéricos”, a maioria aprisionada hoje no país, não contam com qualquer proteção. Pior: confinar um tigre como animal doméstico é legalizado em 23 estados.

“Quando você não sabe com quem estão esses tigres, quem os vende e o que acontece com eles, não há como assegurar que não estejam sendo vítimas do tráfico ilegal da vida selvagem,” declarou Henry.

Para tentar resolver o problema, o U.S. Fish and Wildlife Service passará a exigir o registro dos tigres tutelados em todo o país. Os tutores terão de provar a origem legal dos animais e seus propósitos “conservacionistas”, prevenindo que tigres sejam vendidos como produtos para obtenção de lucro.

Outra medida, do Ministério da Agricultura, proíbe que os zoológicos deixem o público ter contato com filhotes de tigres recém-nascidos. Mais de 75 locais dos EUA exploram tigres e seus filhotes oferecendo ao público a experiência de estar próximo dos grandes felinos, e cobrando caro por isso.

Investigações já revelaram que os tigres explorados na indústria do entretenimento estão expostos a maus-tratos, reprodução compulsória e estresse intenso.

As iniciativas do governo representam apenas um pequeno passo rumo à preservação e libertação desses animais. Organizações como a WWF e a Humane Society já estão pressionando os EUA para intervir com medidas mais enérgicas, pois a situação é urgente e os animais não podem mais esperar.

“Os EUA fecharam um acordo recente com a China para acabar com o tráfico de marfim dos elefantes. Vamos seguir o mesmo modelo e outras medidas para proteger espécies ameaçadas como os tigres, que agora estão no topo das prioridades.”, declarou o porta-voz do U.S. Fish and Wildlife Service.

 

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