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Setores da Espanha tentam declarar touradas como patrimônio cultural

5 de outubro de 2013
3 min. de leitura
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Por Vinicius Siqueira (da Redação)

Foto: Reprodução
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Grupos de proteção aos animais reprovaram contundentemente a decisão do Congresso espanhol em proclamar as touradas como Patrimônio cultural. As informações são do Europa Press.

De acordo com os representantes da coalização de grupos que engloba o PETA, CAS, a Liga Contra Esportes Cruéis (LASC) entre demais organizações internacionais, esta medida não passa de “uma tentativa cínica do setor que se aproveita economicamente da exploração de touros, desesperado por assegurar um futuro para este esporte moribundo”. Segundo a coalização, as touradas são “cruéis e obsoletas, não cabem em uma sociedade moderna, pois a cultura termina onde começa a crueldade”.

As touradas não têm mais o prestígio que os interessados em sua declaração como patrimônio cultural gostariam que tivesse. A popularidade desta prática violenta vem caindo a cada ano (com aumento da crítica por parte dos meios de comunicação), tanto na Espanha como nos demais países que também a promovem. Em pesquisa realiza em 2013 pela empresa de pesquisa de mercado Ipsos MORI, três quartos da população da Espanha não aprovam a ida de seus impostos para o financiamento de touradas.

Foto: Reprodução
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O texto definitivo sobre a proposta foi levado nesta quinta-feira (03) para o Senado e sua votação será realizada no fim de outubro. Os ativistas pró-animais estão pressionando os senadores para que se oponham à todas as medidas de proteção às touradas.

Segundo a Associação Parlamentar de Defesa dos Animais (APDDA), a tentativa de fazer das touradas um “interesse cultural”, além firmar um evento cruel, também suja a imagem da Espanha no exterior, que poderá reconhecer nesta atitude, um tentativa de “blindar” a prática já largamente condenada.

O Ministro José Ignácio Wert. (Foto: Reprodução)
O Ministro José Ignácio Wert. (Foto: Reprodução)

Para a Associação, a decisão de tentar retomar a legitimidade das touradas veio em pior hora. O Ministro da Educação, Cultura e Esporte, José Ignacio Wert, é considerado como o parlamentar menos respeitado no país. Os escassos financiamentos de cultura já não podem mais ser destinados para um “espetáculo de maus-tratos e morte de um animal”, segunda a Associação.

O Ativismo em 2013

Em agosto, uma manifestação enérgica aconteceu na Galícia. Organizada pelo grupo Galícia – Melhor Sem Touradas (GMST), no fim da manifestação, que acabou em frente à Câmara Municipal, era possível observar um boneco com roupa de toureiro e uma corda amarado ao pescoço.

A Festa Toro de la Vega também foi momento de manifestações, em Madri, que levaram milhares de pessoas às ruas, assim como na Festa de São Firmino, comemorada em Pamplona, no norte da Espanha, em que agências de publicidades retiraram seus anúncios após a pressão de grupos de proteção animal. Na Festa de São Firmino, um touro corre pelas ruas perseguindo o público em seu trajeto e, no fim, é morto pelo “vencedor” da competição desumana.

Em Saragoça, o grupo Esquerda Unida defendeu a proibição das touradas na cidade e, depois de ter sido derrotado, exigiu, ao menos, a proibição da publicidade de tal evento violento. O grupo também luta contra a exploração de animais em circos e tem como projeto uma criação de históricos de maus-tratos, para que o maltratante não consiga adotar mais nenhum animal em eventos públicos.

Uma pequena contribuição sobre a história do fim das touradas pode ser visto na ANDA, em um texto em que se pode conhecer as tentativas históricas de proibição das touradas, por serem “espetáculos sangrentos e vergonhosos dignos de demônios e não dos homens”.

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