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Direcionando a luz para o próprio prato

2 de junho de 2015
2 min. de leitura
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Para mostrar a causa da falta de água, ambientalistas põem um banner gigante sobre uma área desmatada, com os dizeres: “A falta de água começa aqui”.
Acho sempre curioso como os ambientalistas jogam para bem longe do seu prato animalizado a causa da falta de água. Que tal todos eles pararem de ingerir queijos, iogurtes, manteiga, ghee, leites animais, bifes e omeletes? Que tal toda gente parar de só citar “a carne” quando fala do desmatamento e quando se refere à pecuária? Agropecuária não é sinônimo de produção de carnes. Ela não esconde para debaixo do tapete a produção de leites e de ovos, quem faz isso são os ambientalistas e muita gente que se diz vegetariana e se locupleta com o que é expropriado das fêmeas avinas e bovinas.
Proporcionalmente, o consumo de leite e derivados é mais devastador do planeta e causador [leia-se: causa a dor] no inferno ao qual as vacas e vitelos são jogados, do que a carne, mas ninguém quer falar disto, pois de ética ninguém quer falar. A corrupção moral sempre está nos outros, nunca na gente mesma.
O desmatamento, este do qual falam os ambientalistas, começa no prato de todos os onívoros e ovo-lacto-vegetarianos. É preciso trazer o banner escrito com os dizeres: “a falta de água começa aqui” para cobrir o prato de comida animalizada. Quem sabe, assim, os ambientalistas conseguem ajudar a desvelar as consciências indolentes e autoindulgentes?
Tragam o foco da luz para o lugar da perda; para iluminar atos e decisões dietéticas, em vez de procurar o objeto perdido onde há um poste de luz bem plantado, mas bem longe de nossa responsabilidade e escolhas dietéticas diárias. A Amazônia e o Cerrado devastados para atender à criação de animais para consumo humano estão espelhados todos os dias em todos os atos dietéticos nas grandes e pequenas cidades. Do pão com leite ao macarrão com ovos, sem esquecer dos churrascos e das pizzas quatro queijos. Aqui está a causa da falta de água no planeta. Ela não vai passar. A menos que adotemos a dieta abolicionista vegana.

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