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Mais de mil macacos criados para experimentos médicos dolorosos estão prestes a morrer de inanição

31 de dezembro de 2016
4 min. de leitura
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Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Foto: Monkey Rescue
Foto: Monkey Rescue

Quando o Ano Novo chegar, cerca de 1.250 macacos que vivem em uma fazenda central de Israel podem morrer de inanição ou se deteriorar em meio à imundície, alertam ativistas.

Há dois anos, a organização Monkey Rescue comprou os direitos dos habitantes restantes da Mazor Farm (BFC Monkeys Breeding Farm Ltd.), numa tentativa de salvar os animais de possíveis experimentos no exterior. Como o financiamento para os macacos expira neste fim de semana, os líderes do grupo estão pedindo ao governo para intervir e cumprir as promessas que dizem que os funcionários fizeram antes da compra.

“Ou o governo interfere e faz um orçamento para a manutenção dos macacos ou eles terão mais alguns dias de comida que é trazida por voluntários. Depois disso, mesmo que eu venha pessoalmente trazer alguma comida, eles morrerão de desnutrição e de doenças porque não haverá ninguém lá para limpar suas gaiolas”, disse Amos Ron, líder do Monkey Rescue.

Em dezembro de 2014, a Monkey Rescue pagou os direitos de resgate dos macacos por meio de uma doação de US$ 2 milhões do israelense Ady Gil, que desde então também fornece uma quantia mensal para manter e alimentar os macacos, explicou Ron.

A Mazor Farm, localizada no Moshav Mazor sudeste de Petah Tikva, criou macacos durante duas décadas e exportou-os para serem torturados em testes médicos. Durante anos, ativistas lutaram para fechar a fazenda inteiramente em uma tentativa de acabar com a exportação dos animais e minimizar a experimentação.

Após uma decisão da High Court of Justice em junho de 2012, a fazenda deixou de exportar macacos que tinham sido capturados na natureza nas Ilhas Maurício. O mesmo, no entanto, não foi ordenado para os animais criados em cativeiro na propriedade.

Em janeiro de 2013, o então procurador-geral Yehuda Weinstein apoiou a decisão do então ministro da proteção ambiental, Gilad Erdan, de que a fazenda deveria ser totalmente fechada até janeiro de 2015. O governo também determinou que seria ilegal a exportação de macacos nascidos depois de 15 de janeiro de 2015, incluindo os criados em cativeiro.

O Ministério da Proteção Ambiental decidiu investir NIS 4,5 milhões na transferência de 650 macacos capturados na natureza pela Mazor para o santuário Ben Shemen Monkey Park’s – um movimento que ocorreu em janeiro de 2015. No entanto, o destino dos 1.250 macacos nascidos em cativeiro na fazenda ainda é incerto.

Em meados de dezembro de 2014, Weinstein aprovou dois pedidos da Mazor Farm para exportar centenas desses macacos para laboratórios nos Estados Unidos. Após ter arrecadado o dinheiro necessário para impedir a exportação, o Monkey Rescue assumiu a responsabilidade pela custódia dos animais.

“Fizemos um acordo com a BFC para pagar a manutenção dos macacos por dois anos, com base no pressuposto de que dentro destes dois anos, chegaríamos a um acordo que nos foi prometido para realocar os macacos para Ben Shemen”, disse Ron.

Ron, ex-diretor-geral da Autoridade de Portos de Israel e que serviu em vários cargos governamentais de alto escalão, foi atraído para a campanha como resultado do envolvimento de seu filho nos esforços para salvar os macacos.

Segundo ele, o MK Amir Peretz (União Sionista), que sucedeu a Erdan como ministro da proteção ambiental, prometeu à organização que o governo forneceria um abrigo novo para os macacos.

No entanto, nem Peretz nem os ministros que o sucederam cumpriram o combinado.

Ressaltando que ele apresentou programas detalhando como o governo e a ONG podem compartilhar a responsabilidade pelos macacos, Ron disse que o ministério o tem ignorado há dois anos. Enquanto isso, o contrato de salvamento para financiar os animais termina em 31 de dezembro.

O Monkey Rescue pediu para que o público fosse à Mazor doar uma variedade de frutas e vegetais para que os macacos tenham algo para comer nos próximos dias. A organização está solicitando inhames, pepinos, cenouras, tomates, repolho, abobrinha e maçãs – mas não bananas, já que as cascas são difíceis de limpar.

Ron relatou ter enviado cartas ao chefe de Moshav Mazor, bem como aos funcionários do Ministério da Saúde, avisando-os sobre a situação. A organização também entrou com um recurso na High Court of Justice e o assunto está aguardando mais discussão, informou o The Jerusalem Post.

“É tão decepcionante que um governo que diz ser o mais progressista na região e talvez no mundo, em direitos humanos e direitos animais, se comporte dessa maneira. É apenas vergonhoso “, disse Ron.

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