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Filhote resgatado com cortes no pescoço é adotado em SP

31 de dezembro de 2011
3 min. de leitura
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A bancária Thatiana Rodrigues Galvão com o cãozinho Daniel, resgatado depois de agonizar por mais de 24 horas com cortes no pescoço (Foto: Divulgação)

A história do cãozinho vira-lata, resgatado na última quarta-feira após agonizar por mais de 24 horas com o pescoço cortado, em São José do Rio Preto, interior de São Paulo, termina com um final feliz. Nesta sexta-feira, o filhote, de 30 a 50 dias de vida, ganhou nome e um novo lar, enquanto se recupera dos ferimentos – recebeu dez pontos em cada dos dois grandes e profundos cortes no pescoço -, que quase o levaram à morte.
Os cortes foram feitos com uma faca de serra de cozinha pelo irmão da antiga tutora, o desempregado Cristiano da Silva, 31 anos, que ficou revoltado com o choro do animal à noite e, depois de tentar estrangular, cortou o pescoço a fim de degolar o animal, na manhã de terça-feira. Silva só não conseguiu matar o cãozinho porque uma vizinha interferiu e ligou para o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), cujos agentes foram até a casa de Silva e resgataram o animal, na quarta-feira.
Depois de ler o noticiário na internet, a bancária Thatiana Rodrigues Galvão, 22 anos, mandou e-mail para o CCZ se oferecendo para adotar o animal. “Quando vi o noticiário no Facebook fiquei horrorizada. Não acreditei que pudessem fazer uma coisa dessas com um filhotinho. Ele ainda nem tem todos os dentes”, disse.
Na sexta-feira, Thatiana recebeu a notícia de que poderia adotar o animal. “Fiquei muito feliz e fui ontem à tarde buscá-lo”, disse. A doação ocorreu porque o CCZ fechou para as festas e não havia ninguém no órgão para cuidar do cãozinho, que precisa de cuidados 24 horas por dia.
Daniel – nome dado ao filhote – chegou em casa e recebeu a companhia de outros três cães, adotados anteriormente por Thatiana. “Eles fizeram amizade rapidamente. Depois de comer e beber água ele dormiu a tarde toda”, contou.
Ela disse ter ficado impressionada com a fragilidade em que encontrou o animal. “Ele se encolhia todo, fiquei com muita pena dele”, disse. “Ele não pode sentir cheiro de leite que passa a reclamar e chorar”, diz. Mas de noite, ao contrário do que ocorria na casa dos antigos tutores, Daniel não chorou. “Ele dormiu no meu quarto, numa caminha no chão. (…) Mas para isso, tive de deixar uma peça de uma roupa minha para que ele cheirasse e não ficasse querendo dormir na minha cama”, relatou. “Ele só chora se ficar sozinho.”
O bichinho se tornou o xodó da casa onde Thatiana mora com os pais e uma irmã, de 19 anos. A bancária diz acreditar que o cãozinho possa ter passado por outros maus-tratos. “Reparei que ele chorava ao fazer as necessidades. Talvez isso aconteça por ter sido repreendido na outra casa por ter feito em lugar errado”, diz. Para evitar, Thatiana usa de psicologia. “Quando ele vai fazer as necessidades fico perto dele, converso e o acalmo, e nem ligo de que seja no tapete – porque essas coisas se ensinam quando o animal é mais velho. Daí ele faz com calma e não chora”, diz. Thatiana deve voltar na sexta-feira ao veterinário para retirar os pontos do filhote.
Fonte: Terra

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