EnglishEspañolPortuguês

Projeto Cão no Parque pode virar evento fixo nos fins de semana de Blumenau (SC)

31 de agosto de 2015
4 min. de leitura
A-
A+

O casal Gabriele e Vandelino Waltrich levou o golden retrivier Brocador ao parque neste domingo Foto: Camila Iara / Agência RBS
O casal Gabriele e Vandelino Waltrich levou o golden retrivier Brocador ao parque neste domingo. Foto: Camila Iara / Agência RBS

Quem passou pelo Parque Ramiro Ruediger, em Blumenau (SC), no fim de semana certamente notou algo diferente. Além de esportistas, crianças e famílias descansando à sombra das árvores, um novo tipo de público apareceu por lá: os cães. Pela primeira vez, a Prefeitura Municipal de Blumenau abriu o local para o Cão no Parque, iniciativa criada com o objetivo de fortalecer a convivência consciente das pessoas com animais.
Tanto no sábado quanto domingo, das 8h à meia-noite, centenas de cachorrinhos e seus respectivos tutores dividiram espaço com bicicletas, patins, skates e pessoas que aproveitaram o fim de semana ensolarado para praticar exercícios. De acordo com Margaret Nascimento, coordenadora do Cão no Parque, a ideia para a criação do evento surgiu principalmente pelos pedidos da população.
“As pessoas que participam da Cãominhada diziam que queriam mais espaço para passear com os cães. Foi aí que começamos a analisar as possibilidade e decidimos fazer um teste no Ramiro. Faremos pesquisas para saber como a comunidade vai reagir e, se tudo der certo, colocaremos em prática a ideia de abrir o parque para os cães todo fim de semana”, adianta.
Brocador, o golden retriever do casal Gabriele e Vandelino Waltrich, do bairro Fortaleza, era um dos cães mais animados do Cão no Parque. Os donos levaram o animal ao Ramiro domingo de manhã. Preso à coleira, o cachorro mal conseguia esconder a vontade de correr pelos gramados do local.
“É bem diferente trazer ele aqui em vez de passear na rua, que não tem muito espaço e é sempre mais perigoso. Percebi que as pessoas, em especial as crianças, estão gostando bastante dessa ação. Seria bom ter isso todo fim de semana”, comenta Gabriele.
A convivência entre pessoas e animais em parques e outras áreas de lazer já se tornou tendência mundial. No Rio de Janeiro, por exemplo, o Parcão da Lagoa recebe cerca de 700 cães nos fins de semana. No Ibirapuera, em São Paulo, um cachorródromo faz a alegria dos moradores que levam os animais para brincar. Fernanda Gabriel, superintendente do Shopping Park Europeu, de Blumenau, que desde junho aceita a entrada de cães, diz que a resposta dos clientes tem sido positiva.
“Sabemos como o cãozinho é cada vez mais importante na vida das pessoas, e por isso saímos na frente nesse aspecto. No início, tínhamos muitos questionamentos em relação à limpeza, mas nossa equipe foi treinada para pensar nisso e não houve reclamações ou contratempos”, garante ela.
Amizade e colaboração para efetivar o projeto
Além de promover a amizade entre animais e seres humanos, o Cão no Parque também serviu para estreitar novos laços. A pequena Shih-tzu Bel, da comerciante Marineide Marschall, chamou a atenção das filhas da contadora Márcia Vendrami. O resultado: as crianças não desgrudaram do cão e as mães acabaram ficando amigas.
“Geralmente fazemos amizades por coisas em comum, e o amor pelo cachorro faz parte disso. Esse contato é bem interessante, mas é legal destacar que o proprietário do cachorro tem que ter muita responsabilidade e cuidar do parque pra que esse projeto dê certo”, afirma Márcia.
Para ajudar nessa tarefa, a Secretaria de Turismo instalou pontos para retirada de sacos plásticos nas três entradas do Ramiro. Há também algumas recomendações de conduta para que animais domésticos e humanos possam conviver em harmonia no local: as vacinas dos animais precisam estar em dia e os cães de grande porte devem obrigatoriamente usar focinheiras.
“É mais uma área de lazer para promover a conscientização em relação aos animais, por isso cabe às pessoas colaborar para manter o projeto vivo. Lutamos muito para ter isso em Blumenau”, comenta Sueli Amaral, presidente da ONG Hachi, defensora da assistência e do bem-estar animal.
Veterinária do Centro de Prevenção e Recuperação de Animais Domésticos (Cepread), Janine Zimmermann diz que a socialização do cão com pessoas e outros cães é importante por uma série de motivos.
“O cão fica menos estressado, aprende a andar na rua sem conflitos e se desenvolve melhor. Assim como um ser humano que sai com amigos, os cachorros também precisam desse contato”, explica.
Para quem se preocupa em deixar as crianças brincarem na mesma grama que os cães usam para descansar ou fazer xixi, a veterinária esclarece que a urina é evaporada pelo sol ou absorvida pelo solo. Ela ressalta ainda que para evitar algum tipo de contaminação basta que os animais estejam com as vacinas em dia.
“A única doença transmitida pela urina é a leptospirose, mas isso em locais úmidos ou que acabaram de passar por enchentes”, explica.
Fonte: Jornal de Santa Catarina.

Você viu?

Ir para o topo