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MPF investiga denúncia de maus-tratos a animais feitas por ONG e OAB na UFPI

30 de julho de 2014
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ONG postou imagens no Facebook e criou petição online (Foto: Reprodução/Facebook)
ONG postou imagens no Facebook e criou petição online (Foto: Reprodução/Facebook)

O Ministério Público Federal instaurou procedimento administrativo para apurar denúncia de maus-tratos a animais dentro do Hospital Veterinário da Universidade Federal do Piauí. O caso chegou ao órgão depois que a Ordem dos Advogados (OAB) no estado recebeu um envelope com relatos de atos de violência. A ONG Projeto Esperança Animal (PEA) fez a mesma denúncia com material gráfico e criou uma petição online pedindo a apuração e punição dos responsáveis pelos possíveis maus tratos. Até às 10h30 desta quarta-feira (30) mais de 14 mil pessoas tinham assinado o documento.

Conforme o vice-presidente da comissão de meio ambiente e Recursos Hídricos da OAB, Esdras Nery, a instituição começou a apurar o caso após receber uma denúncia anônima.

“A OAB recebeu uma denúncia anônima em um envelope lacrado. Neste documento havia um relatório informando algumas irregularidades durante uma aula prática dentro do curso de medicina veterinária. Segundo o relatório, os animais estariam sendo maltratados durante as aulas da disciplina de Fisiologia, além disso, os laboratórios não apresentavam condições adequadas em sua estrutura física. Após uma reunião, solicitamos providências ao Conselho Regional de Medicina Veterinária, MPF e Comitê de Ética da UFPI”, disse.

Já a ONG Projeto Esperança Animal (PEA) disponibilizou imagens no You Tube e Facebook mostrando um cão sendo aberto para simples demonstração aos alunos. Membros do PEA denunciam que o animal não estava entubado e nem cateterizado, tão pouco estava com pano de campo estéril. O professor e os alunos não estavam paramentados adequadamente por estarem sem touca, máscaras, luvas cirúrgicas e proteção nos pés.

Além disso, conforme a ONG, o ambiente onde acontece o procedimento é de uma sala de aula e não de um centro cirúrgico. “O protocolo anestésico usado era inadequado para tal procedimento o que resultou em dor e sofrimento imensuráveis ao animal. A prática desse professor levou o cão a uma morte lenta e dolorosa, por isso professores de fisiologia do Hospital Veterinário do Piauí foram denunciados por usarem medicamentos vencidos e protocolo anestésico inadequado para a abertura de tórax, e, ao que tudo indica, cometerem um crime ambiental”, disse a assessoria de imprensa do PEA.

O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-PI), Antônio Auro, contou que após ter sido acionado pela OAB formou uma comissão para fazer uma vistoria dentro do Hospital Veterinário da UFPI. Segundo ele, os médicos veterinários que fizeram a fiscalização não encontraram atos de maus-tratos contra os animais, mas constataram que a unidade está funcionando acima da capacidade.

“Os médicos foram vistoriar as condições do hospital e laboratórios neste procedimento. Vimos que por conta da grande demanda a unidade está funcionando de forma precária, sendo necessária uma reforma urgente. Não foram encontrados produtos vencidos como mencionados pelo PEA.

Agora sobre a prática durante a aula de fisiologia não tivemos como verificar se os animais estavam sendo maltrados porque este tipo de aula acontece somente uma vez ao mês e a prática deste mês já foi realizada”, informou o presidente do CRMV-PI.

Fonte: G1

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