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Policial atira em cachorro durante patrulhamento em Vitória (ES)

29 de maio de 2015
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O quadro da cachorra é estável e ela poderá ter alta no sábado (30)
O quadro da cachorra é estável e ela poderá ter alta no sábado (30)

Um policial militar atirou contra uma cadela, de 6 anos, durante um patrulhamento na noite desta quarta-feira (27) no bairro Itararé, em Vitória. O tiro atingiu o focinho do animal, que precisou ser operado com urgência. Em nota, a Corregedoria da PM informou que o militar atirou devido a uma suposta reação agressiva da cadela.
Segundo o tutor do animal, a cachorra, que se chama Tróia, estava no bar da família, onde sempre fica, e latiu ao ver seis policiais passarem pelo local. O último se incomodou com os latidos, mirou nela e fez o disparo.
“Ela não avançou em nenhum policial, apenas latiu. Uma senhora ainda estava ao lado da cachorra, o tiro poderia ter pego nela e o desastre poderia ter sido pior”, explicou.
O tutor da Tróia procurou a Corregedoria da Polícia Militar, fez o registro do fato e disseram à ele que iam tomar as providências necessárias. Em relação aos gastos com o tratamento, o orientaram a guardar os recibos porque se for comprovado que o policial é culpado, o dinheiro será reembolsado.
Cuidados
O veterinário Marcus Campos Braun, que cuidou dos ferimentos de Tróia, explicou que o quadro dela, agora, é estável.
“O projétil entrou pelo focinho, saiu na cavidade oral, descendo pelo glosso, que é uma parte da língua, e perfurou o pescoço dela. Ela sofreu e chorou muito, mas agora passa bem”, comentou.
Apesar de Tróia ter dado entrada na clínica por volta de 00h30 desta quinta-feira (28), foi preciso estabilizar o quadro da cachorra que estava em choque para dar início a cirurgia às 8 horas. Com duração de cerca de três horas e meia, o veterinário precisou reconstruir a face dela.
“Tudo foi recolocado no lugar porque tive que fazer uma união dos músculos da língua, que tinham sido complemente atingidos. Ela não corre nenhum risco de ficar cega e se houver sequela será na língua. Tenho certeza que ela vai superar as dificuldades”, revelou.
Marcus contou que a cachorra continua internada e agora é preciso conter a infecção, já que a munição é um objeto extremamente contaminado. Além disso, ele disse que Tróia está se alimentando por sonda.
“Ela está a base de uma alimentação parenteral que é rica em vitaminas, aminoácidos e carboidratos. Amanhã vamos tentar dar uma alimentação líquida, se ela reagir bem, no sábado poderá ter alta”, ressaltou.
Adotada
O dono contou que Tróia é uma mistura da raça basset com SRD e que pegou ela para cuidar quando a cadela tinha apenas dois meses de vida.
“Eu a encontrei na rua onde moro e desde então cuido dela. Tróia nunca mordeu ninguém, só late e latir é normal”, defendeu.
Corregedoria vai apurar o caso
Em nota, a Corregedoria da Polícia Militar informou que o fato aconteceu na terça-feira (26) e que o tutor do animal formalizou uma reclamação sobre o ocorrido nesta quarta-feira (27). Consta na documentação enviada à Corregedoria que o policial militar atirou devido a reação agressiva do animal. Como as versões do PM e do reclamante divergem, será instaurada uma sindicância para apurar os fatos.
Fonte: Gazeta Online

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