EnglishEspañolPortuguês

Piracicaba (SP) registra 69 denúncias por mês de maus-tratos a animais

28 de julho de 2014
3 min. de leitura
A-
A+
Foto: Claudinho Coradini/JP
Foto: Claudinho Coradini/JP

O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Piracicaba divulgou nesta semana um levantamento que aponta um alto número de denúncias de maus-tratos animais no município.

De janeiro a junho deste ano foram 411 casos denunciados no CCZ. Ou seja, cerca de 69 denúncias por mês ou média de duas por dia, até o momento.

Os números foram fornecidos a pedido do Jornal de Piracicaba e mostram que apesar das denúncias terem diminuído, em relação ao mesmo período do ano passado (427), ainda é alto o número de casos de maus-tratos animais na cidade.

A designer Mirian Miranda milita na área de proteção dos animais há seis anos e disse que a falta de uma lei atualizada e melhor elaborada, contribui para a falta de conscientização da população.

“Há alguns anos conquistamos a ajuda de artistas como Bruno Gagliasso, Cléo Pires e outros, que nos acompanharam até o Congresso Nacional (Brasília) para pedirmos a aprovação da “Lei Lobo”, que repensava o papel do agente protetor, aumentava e punição, de fato, os agressores de animais, entre outras ações de proteção que deveriam ser implantadas no país”, disse Mirian.

Mirian ressaltou que os protetores foram instruídos a coletarem assinaturas de apoiadores do projeto de lei para que fosse analisado mais rapidamente pelo congresso.

“Havia 22 projetos de lei sobre o mesmo tema aguardando para serem analisados e votados. Se apresentássemos a Lei Lobo normalmente, entraríamos na ‘fila’. Por isso, fomos às ruas coletar assinaturas para propormos uma lei de iniciativa popular, que requer análise e votação imediata”, explicou a protetora.

Apesar de ter coletado 1,5 milhão de assinaturas, a Lei Lobo não foi retirada do congresso por conta das inúmeras campanhas e propostas de leis de proteção animal que foram apresentadas por vários parlamentares e que provocaram a dispersão de atores e pessoas engajadas na aprovação da lei.

A “Lei Lobo” a que a designer se referiu recebeu este nome em homenagem ao cão da raça Rottweiler que morreu em 16 de novembro de 2011, em Piracicaba, depois de ter sido arrastado por seis quarteirões, preso ao carro de seu tutor.

À época, a SPPA (Sociedade Piracicabana Protetora dos Animais) representou, junto ao Ministério Público, pedindo punição ao tutor do animal, que foi condenado a pagar uma multa de mais de R$ 9 mil e 200 horas de prestação de serviço no Canil Municipal.

O agente de segurança José Nilton de Jesus disse que há três anos recolheu um animal, vítima de maus-tratos.

“Na empresa que trabalhava um operador de máquinas acabou ‘jogando’ uma retroescavadeira em cima de um cão. Fiquei indignado e socorri o animal. Durante alguns meses eu e meus amigos custeamos os remédios e tratamento do cão. Acabei o levando para minha casa”, disse o segurança.

José Nilton deu o nome de “Dog” ao cão de raça indefinida que ajudou a socorrer. Dog perdeu uma das patas mas sobreviveu a agressão.

“Tenho muito amor por animais e hoje o Dog está muito feliz e totalmente recuperado. É um animal dócil e que adora brincar, mesmo não tendo uma das patas”, disse o segurança, de Jesus

Fonte: Jornal de Piracicaba

Você viu?

Ir para o topo