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Salvador (BA) tem mais de 100 mil cães vivendo nas ruas

27 de agosto de 2015
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Divulgação
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É difícil andar pelas ruas da capital baiana e não encontrar pelo menos um cachorro na rua. Seja em bairros centrais ou periféricos. Muitas pessoas reclamam da presença do animal nas vias e relatam já terem sido atacadas, ao passar em determinados pontos da cidade. No entanto, de acordo com a vereadora Ana Rita Tavares, defensora da causa animal, ataques de cães costumam ser exceções. Na verdade, os animais que costumam ser maltratados pelos humanos.
Salvador tem mais de 100 mil cães vivendo nas ruas. Na região do Pelourinho e do Dique do Tororó, por exemplo, é possível encontrar animais aglomerados. A forte presença dos animais incomoda algumas pessoas. “Tenho medo de passar em alguns locais de lá [Pelourinho], porque tem cachorro por todo lado. E, certa vez, eu fui agredida por um. Então não confio nesses animais”, disse a contadora Ana Mariana de Queiroz, 32.
O motorista José Carlos Rocha, 45, costuma correr ao redor do Dique do Tororó. Ciente de que toda ação provoca uma reação, Rocha conta como evitou um ataque canino. “Eu estava correndo e vi dois cachorros. Fiquei com medo, aí diminui a passada para não assustá-los. Comecei a caminhar. É um animal irracional, então é a reação do cachorro”, relatou. Ainda de acordo com ele, no bairro onde reside – Pau Míudo – o número de cachorros nas ruas é bem grande. O incomodo maior é quando alguma cadela está no cio, haja vista que os cães ficam disputando-a.
Castramóvel evita que número de cães nas ruas aumente.
Uma cadela entra no cio duas vezes ao ano. Dando a luz a apenas um cachorro, em seis anos, uma única cadela seria responsável pela vida de 64.700 animais. Através de projeto (PIN-001/2013), de autoria da vereadora Ana Rita Tavares, a Prefeitura de Salvador implantou o Castramóvel – uma clínica móvel que realiza castração em cães e gatos. O projeto combate a reprodução descontrolada de animais de rua. Desde janeiro de 2014 foram realizadas mais de 25 mil cirurgias.
“Imagine quantos nascimentos não foram evitados?! Dentro do castramóvel temos a castração dos cães comunitários. Esses animais que vivem no espaço público não são animais abandonados, porque tem sempre alguém cuidando dele. Seja uma baiana, um comerciante. Algumas pessoas que estão sistematicamente alimentando os animais, senão eles [os cães] não conseguiriam viver. Por isso, não são cachorros abandonados, são cachorros comunitários”, explicou Rita Tavares.
De acordo com ela, é raro encontrar cães sendo agressivos com seres humanos. Na maioria das vezes, são os animais que precisam de proteção. “Resgato muitos animais, inclusive atropelados. O animal sabe que o ser humano é perverso. Muitos desses cães entendem que estão em condição de humilhação, então costumam ficar quietinhos. Nós precisamos educar a população para ter respeito e consideração com esses animais, porque ali é uma vida”, destacou a vereadora.
Fonte: Tribuna da Bahia

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