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Os últimos 50 torturados

26 de novembro de 2015
3 min. de leitura
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Na semana passada, o NIH – Instituto de Saúde Norte-Americano anunciou que os últimos 50 chimpanzés que foram escolhidos absurdamente pelo próprio Instituto como reserva estratégica, para o caso de ser necessário usá-los em experiências biomédicas, estavam também sendo liberados e nunca mais serão usados.

Durante dezenas de anos, o NIH incentivou a tortura médica em grandes símios, como uma forma de usar seus corpos, tão similares aos nossos, como cobaias viventes para o desenvolvimento de remédios e moléculas químicas com possibilidades terapêuticas nos humanos.

Em 2011, a pressão de todas as organizações de defesa dos animais e da sociedade já conscientizada da inutilidade daquelas torturas motivou que o Instituto de Medicina Norte-Americano emitisse um parecer, no qual reconhece a inutilidade do uso dos chimpanzés em experiências médicas e sugere sua aposentadoria.

Apesar das evidências, o NIH não aceitou as recomendações, já que no fim tudo tinha se convertido em um negócio para os participantes, já que o dinheiro do Tesouro Norte-Americano, administrado pelo NIH, remunerava generosamente todos os centros de tortura com, aproximadamente, US 56 dólares por dia por chimpanzé, para a manutenção de centenas deles nos laboratórios de tortura.

Em 2013, o NIH se rendeu e anunciou que estava aposentando os mais de 360 chimpanzés de sua propriedade (outras centenas em mãos privadas não estavam incluídos), porém, para não entregar totalmente seu poder de destruir vida de primatas, reservou 50 como a reserva estratégica para uso em caso de necessidade de experiências emergenciais.

No dia 12 de junho passado, o FSW – US Fish and Wildlife Service, organismo que supervisiona o tratamento e status de animais selvagens nos Estados Unidos, reconheceu que os chimpanzés não eram mais sujeitos ameaçados de extinção, o que permitia ao NIH ainda usá-los sem transgredir a lei,. Eles passaram a ser classificados como espécie em perigo de extinção, como seus irmãos de vida livre na África, e ambos passaram a ser tratados da mesma forma.

É bom ressaltar que anos atrás, após o surgimento da AIDS, o NIH iniciou uma campanha frenética de reprodução de chimpanzés na América do Norte, contratando traficantes que traziam bebês da própria África, em conluio com zoológicos, para ter total poder sobre a espécie. Além disso, declarou que todos os chimpanzés nascidos na América eram “Norte-americanos” e não mais Africanos. Isto lhes permitia jurisdição total sobre a vida e o futuro dos mesmos, já que eram considerados outra espécie.

Na semana passada, o NIH “jogou finalmente a toalha” e anunciou que aposentava os últimos 50 indivíduos da absurda reserva estratégica e os enviaria para o Santuário de Chimp Haven, em Luisiana, que é federal e deve ser expandido pelo Instituto, com 90% do custo financeiro. Até pouco tempo atrás o Instituto se negava a pagar, alegando que necessitaria de uma suposta autorização do Congresso Norte- Americano, que poderia demorar uma eternidade.

No fim desta história, os chimpanzés Norte-americanos podem dar graças a Deus de se verem livres da exploração montada por um organismo que não tinha porque ter se convertido em seu algoz. Estes chimpanzés poderão desfrutar dos últimos anos de sua vida atribulada sem temer, a cada momento, uma mão enluvada de um humano espetando uma agulha de anestésico e posteriormente pedaços de seus órgãos arrancados para biópsias inúteis, que só acrescentavam a dor e o terror nas vidas inocentes.

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