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Jovem cria página para procurar animais perdidos e localiza 700 em 16 meses

25 de maio de 2015
5 min. de leitura
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Página Procurando pets, que funciona em rede social e ajuda donos a encontrar animais domésticos perdidos (Foto: Facebook/Divulgação)
Página Procurando pets, que funciona em rede social e ajuda donos a encontrar animais domésticos perdidos (Foto: Facebook/Divulgação)

O microempresário brasiliense Mário Filho, de 27 anos, decidiu usar os conhecimentos que tem em marketing digital aplicados ao alcance da web para ajudar tutor a encontrarem animais perdidos. A página Procurando Pets surgiu em janeiro de 2014 e, desde então, já ajudou quase 700 animais a voltarem para casa. O serviço é voluntário e gratuito.
“Eu já ajudava como voluntários em abrigos e percebia a dificuldade das pessoas na divulgação dos casos”, conta o morador da região administrativa de Águas Claras. Dados de sites que analisam tráfego obtidos pelo jovem apontam que a página atinge cem mil pessoas por semana.
Para evitar trotes, a equipe – composta por Filho, um publicitário, dois veterinários e dois universitários – faz uma triagem dos pedidos de divulgação. É preciso informar o dia e local exato da perda do animal, assim como uma característica diferenciada, como cor de lacinho ou da coleira e ter rabo cortado. Também é necessário fornecer fotos em boa resolução.
“Normalmente a pessoa já publicou em outros grupos que administramos, em seu perfil pessoal em outras redes sociais, através dos amigos etc. Fazemos perguntas, questionamentos e, dependendo da história contada, vamos atrás da veracidade da informação”, afirma. “Por exemplo, se a pessoa der a informação de que o animal está doente, temos médicos veterinários para indagá-la e saber realmente se o animal está doente e se os sintomas batem com o descrito.”
Em média os animais são encontrados entre três e cinco dias depois do anúncio, tempo suficiente para que a publicação alcance um número significativo de pessoas. A administradora Ana Paula Menezes apostou no sucesso da iniciativa para procurar a cadela Jolie, de 8 meses. O animal não tem raça definida e sumiu no último fim de semana, ao segui-la quando ela saía de casa, em Taguatinga.
“Vi que existem pessoas engajadas em ajudar a recuperar o animal. Ainda não tive a sorte de achá-la”, disse a mulher. “Quando resolvemos pegar um animal para criar, criamos afeto e apego pelos bichinhos. Quando acontece uma situação de sumir, como aconteceu comigo, tudo que queremos é arrumar formas de encontrá-las.”
Com a gestora ambiental Juliana Araújo aconteceu o oposto: ela encontrou uma poodle correndo assustada por uma via de Águas Claras e decidiu abrigá-la enquanto não encontrasse os tutores. O cão não tinha sinais de maus-tratos, era castrado e estava tosado.
“Percebi junto a minha companheira que se tratava de um animal perdido e não abandonado ou de rua, então postei nas redes sociais. Não se tem ideia de quantas pessoas compartilharam, pois essas imagens circularam entre correntes do Facebook e WhatsApp, mas muitas pessoas curtiram e iam marcando outras pessoas que ajudam na causa”, lembra.
Após a postagem na página, Juliana recebeu fotos no WhatsApp de pessoas que procuravam um animal chamado Lola, com a mesma descrição da que ela havia encontrado. Ela passou a tratar a cadelinha pelo nome e a devolveu aos tutores na última quarta-feira (6), quatro dias após o resgate.
A servidora pública Elaene Mendes conta que já esteve dos dois lados. Moradora do Cruzeiro Velho, ela viu a SRD Serena fugir depois de a mãe abrir o portão de casa e se assustar com o carro que passava pela rua.
“Meus irmãos imediatamente se mobilizaram e me ajudaram fazendo cartazes e colocando no Facebook o pedido de ajuda, enquanto eu estava nas ruas procurando”, lembra. “Recebi a ligação, às 17h, de uma senhora que a encontrou no prédio em que morava. Ela me revelou depois que iria ficar com ela, já tinha dado o nome de Sophia. Mas, ao chegar ao pet shop, as atendentes disseram que aquela cachorra estava sendo procurada e passaram meu telefone.”
Já nesta quinta ela encontrou uma lhasa apso quando saía de casa. Em uma hora o post com informações sobre a cadela alcançou 12 compartilhamentos, e o tutor foi achado pouco depois.
“Para mim essa é uma das grandes utilidades das redes sociais. Essa corrente do bem que se propaga ajuda muitos animais, de várias formas. Aprendi também com isso o quanto é importante a coleira com identificação. Hoje todos os meus três tem identificação”, declarou a servidora pública.
Cuidados
De acordo com o responsável pela página, Mário Filho, entre os principais fatores que causam a perda do animal estão distração, mantê-los sem coleira durante o passeio e não prestar atenção em portões e portas de carros abertas. Ele afirma que as regiões com maior ocorrência de casos são lagos Norte e Sul, Park Way, Ceilândia e Taguatinga.
A principal dica dele é sempre colocar uma medalhinha com informações do  animal e do tutor. Dados do Registro Nacional de Animais Domésticos apontam que 91% dos animais que retornam para casa em um intervalo inferior a 48 horas estavam identificados. Já 41% dos sem identificação nunca voltam.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a população de cães de uma cidade corresponde a 10% do número de habitantes. A estimativa é que Brasília tenha 300 mil cachorros.
Fonte: G1

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