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Alzheimer em animais

24 de março de 2017
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Divulgação

Pesquisadores das Universidades de Edimburgo, St. Andrews, Bristol e Califórnia, identificaram a presença da proteína que forma os emaranhados resultantes nas placas características de Alzheimer, em gatos e cães. O estudo, conduzido em gatos, foi publicado no periódico “Journal of Feline Medicine and Surgery”. O nome correto é “Síndrome de Disfunção Cognitiva em Animais”. A capacidade cognitiva, ou seja, de aprendizado e percepção da vida cotidiana, vai diminuindo, e a doença ficou mais conhecida como Doença de Alzheimer em Animais. Há pesquisas indicando que 28% dos felinos entre 11 e 14 anos de idade apresentam pelo menos alguma alteração comportamental relacionada com a velhice. Acima dos 15 anos, a proporção ultrapassa 50%. Tudo indica que, com os cães, é da mesma forma.
Em humanos, a Doença de Alzheimer é a demência. É uma doença degenerativa do cérebro, produzindo a atrofia deste. Até o momento é incurável, e foi descrita em 1906 pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer. Seu início é mais frequente após os 65 anos, e causa perda das habilidades de pensar, raciocinar, memorizar, afetando as áreas da linguagem e produzindo alterações no comportamento.
O Alzheimer, muito provavelmente, não tem uma única causa, sendo devido a uma combinação de fatores genéticos e ambientais. O fator de risco mais conhecido e aceito universalmente, é a idade. Ou seja, à medida que a idade avança, maior é a sua probabilidade de ocorrência.
Nos animais, (cães, gatos e ratos), acontece exatamente da mesma forma. Com expectativa de vida maior, os bichos também vêm apresentando a Síndrome de Disfunção Cognitiva. A partir dos 7 anos começa a 3ª idade em cães e gatos. O cérebro sofre alterações e os animais, com a idade, passam a ser cada vez menos flexíveis a novas rotinas e aprendizados. Mudar de residência, mudança do local de seus comedouro e/ou bebedouro, de ambiente ou de tutor podem deixar o animal estressado ou desorientado. Mesmo estando num lugar que conheça, o animal pode se desorientar e cair de uma laje, por exemplo.
Quais são os sintomas?
A visão, a audição e o olfato ficam diminuídos; podem ocorrer “esquecimentos” – por exemplo, onde deve fazer suas necessidades; latidos a esmo; choramingos; depressão; distúrbios do sono; comportamentos repetitivos; transtornos compulsivos (lamber a pata, etc.); aumento ou diminuição do apetite; irritabilidade; agressão sem motivo; excesso de limpeza corporal; voltar ao comportamento de filhote; esquecer o que aprendeu; muitas vezes, deixar de interagir com seus tutores; desorientação; descontrole das funções fisiológicas; o animal sente mais as variações de temperatura; o animal pode tornar-se desobediente por causa da perda dos reflexos condicionados de reação de estímulos ao meio ambiente; o animal pode tornar-se destruidor, devido à ansiedade.
Para fazer o diagnóstico, o médico veterinário necessita pedir exames de sangue, ultrassom, ECG (eletrocardiograma), etc.. Segundo a Drª Luelyn Jockymann, médica veterinária brasileira, “existe uma droga aprovada pela FDA americana para o uso em cães que tem se mostrado bastante eficiente em gatos. Trata-se do Selegeline, que basicamente diminui a produção de radicais livres, protegendo o metabolismo dos neurotransmissores. Nicergolina é outra droga que está sendo testada em gatos com bons resultados.”
Algumas rações superpremium possuem antioxidantes que ajudam a melhorar os sinais de disfunção cognitiva.
Há prevenção?
Há cuidados que se deve ter, com o animal que está entrando na 3ª idade:
levar ao veterinário, pelo menos, 2 vezes ao ano;
limpeza e cuidados com os dentes;
vermifugação e vacinas;
carinho e atenção;
paciência e compreensão.
Além de estimulação, exercício e alimentação, controlar certos fatores de risco ajuda muito na prevenção da Disfunção Cognitiva: controle da pressão arterial, controle do estresse, minimizar mudanças, etc. O animal deve ser estimulado com passeios diários, brincadeiras, companhia. Nos passeios, mudança de trajeto, mudar rotinas, obrigando o cérebro do animal a mudar padrões – na estimulação, o animal deverá estar sempre acompanhado.
As terapias não convencionais podem oferecer: complementos alimentares, ômega 3, cogumelo do sol, levedo de cerveja, além de essências florais adequadas ao temperamento do animal.
Segundo a pesquisadora líder da Universidade de Edimburgo, Danielle Gunn-Moore: “Se o tutor brinca com o animal, isso é bom tanto para o humano quanto para o animal. Uma boa dieta, enriquecida com antioxidantes, também é útil na prevenção da demência, de modo que o tutor que partilha com seu mascote refeições saudáveis, estará beneficiando ambos”.
TEXTO MERAMENTE INFORMATIVO – CONSULTE SEMPRE O VETERINÁRIO

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