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Muitas vezes o problema do cachorro está na boca

23 de agosto de 2009
3 min. de leitura
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Quem é realmente apaixonado por cães sabe que qualquer mudança no comportamento deles é motivo de preocupação e hora de correr para o veterinário. No entanto, quando o problema está relacionado à saúde bucal, a procura por cuidados é sempre adiada, o que pode resultar em doenças graves e colocar em risco a vida do animal.

Segundo a médica veterinária Sirlei Manzan, o mau hálito e a perda dos dentes são apenas um dos sintomas que o animal pode apresentar quando está com alguma doença periodontal. “Por esses serem os sintomas mais evidentes, os tutores só procuram ajuda quando um deles aparece. O problema é que, quando isso ocorre, a saúde bucal do animal está bem comprometida.”

Os sintomas mais comuns das doenças periodontais, segundo a veterinária, são gengivite, tártaro, pus, fístulas, corrimento nasal, dificuldade na mastigação e na apreensão de alimentos, dor, emagrecimento e vários outros problemas que as pessoas nem desconfiam que podem estar relacionadas com as doenças bucais.

A médica Heloísa Lemos, por exemplo, nunca imaginou que um ferimento embaixo dos olhos da Filó, uma yorkshire de 4 anos, tivesse relação com um dente quebrado. “O machucado eliminava secreções e não melhorava. Até que uma veterinária descobriu o problema. O dente quebrado causou uma infecção no maxilar da Filó. Por isso, o machucado eliminava secreções”, afirmou a médica.

Nesta época, Heloísa percebeu que Filó estava mais quieta e não queria comer, mas os sintomas acabaram sendo relacionados com a idade um pouco avançada da cachorra. Quando o problema foi descoberto, Filó passou por uma cirurgia e, em uma semana, voltou a comer, a brincar e o machucado do rosto desapareceu completamente.

Os tratamentos variam de acordo com o problema

Segundo a veterinária Sirlei Manzan, os tratamentos para as doenças bucais variam de acordo com o problema. “Se o problema for tártaro, ele deve ser removido. Se estiver associado à periodontite, provavelmente é indicado antibiótico, dependendo do estágio da doença. Há casos em que são necessários extração do dente, cirurgias periodontais, tratamento de canal, implantes e correções ortodônticas”, disse Manzan.

A veterinária explica que os cuidados com a higiene bucal dos animais devem começar enquanto eles ainda são filhotes . “Se o animal não aprender a escovação desde cedo, depois de adulto é muito mais difícil. Se o tutor observar qualquer sinal de anormalidade, deve procurar o quanto antes um veterinário.”

Para prevenir essas doenças bucais, já existe no mercado rações especiais para raças que possuem maior predisposição ao acúmulo de tártato. Também existem cremes dentais, escovas, enxaguantes bucais, courinhos mastigáveis que auxiliam na limpeza da placa bacteriana e até brinquedos desenvolvidos para promover limpeza da boca.

A veterinária alerta que não se pode esperar sintomas como dor, sangramento ou mau hálito para decidir procurar um veterinário. “Para evitar problemas mais graves, o importante é prevenir. Doenças bucais podem evoluir para problemas nos rins, coração e fígado e causar a morte do animal.”

Saiba Mais

• Raças de cães de pequeno porte (yorkshire, dachshund, poodles) têm maior predisposição a ter doenças bucais

• Doenças bucais aparecem com mais frequência em animais mais velhos

• É um mito afirmar que cães que só comem ração não terão problemas como tártaro e periodontite

• É verdade que cães que se alimentam com comida caseira têm maior predisposição a tártaros e outros problemas bucais.

• O mau hálito não deve ser encarado como algo normal

Fonte: Jornal Correio de Uberlândia

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