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Beagles são forçados a ingerir fungicida em estudo de laboratório americano

13 de março de 2019
4 min. de leitura
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Foto: The HSUS/Divulgação
Foto: The HSUS/Divulgação

Imagens fortes filmadas de dentro de um laboratório de Michigan (EUA) revelam métodos cruéis usados em dezenas de cães que são alimentados de forma forçada com fungicida durante um experimento que realiza testes de animais.

Cerca de 36 beagles em posse do Charles River Laboratories em Mattawan, Michigan, estão sendo submetidos a um estudo de toxicidade com duração de um ano patrocinado por uma empresa de agrotóxicos que pretende testar seu novo fungicida.

Os beagles que não sobreviverem até a data final designada para estudo, em julho deste ano, serão mortos para que seus órgãos possam ser examinados quanto aos danos causados pelo veneno.

O vídeo foi filmado durante uma investigação secreta da organização Humane Society dos Estados Unidos (HSUS), entre abril e agosto do ano passado.

Ele mostra os animais no início do estudo de um ano encomendado pela empresa de produtos químicos Dow AgroSciences, que faz uso de alimentação forçada de um fungicida (veneno) para os 36 beagles.

Alguns cães estão sendo submetidos a doses muito elevadas da substância – tão altas que até quatro cápsulas tiveram que ser empurradas goela abaixo dos cães.

A HSUS diz que a Dow AgroSciences reconheceu publicamente que este teste com previsão de duração de um ano é cientificamente desnecessário.

Ao longo dos quase 100 dias, um pesquisador da HSUS documentou quase duas dúzias de experimentos de curto e longo prazo que envolveram testes em cães, incluindo o teste de fungicida.

Foto: The HSUS/Divulgação
Foto: The HSUS/Divulgação

Entres os beagles participantes do experimento cruel nas instalações do laboratório, estava um jovem cão chamado Harvey que claramente procurava atenção dos humanos e foi classificado pela equipe do laboratório como “um bom menino”.

Harvey estava sendo usado em um estudo apoiado pela Universidade de Vermont para testar a segurança da química utilizada na composição de dois medicamentos, o experimento envolvia abrir cirurgicamente as cavidades torácicas dos cães e despejar as substâncias na área.

Como um funcionário do laboratório observou, o dia em que Harvey foi morto foi “a melhor coisa na vida que ele conheceu” simplesmente porque ele teve permissão de sair da gaiola estéril para correr no chão por um minuto antes de ser levado pelo corredor do laboratório até o departamento de necropsia para a eutanásia.

O laboratório Charles River realizou testes em cães para pelo menos 25 empresas durante o período que durou a investigação da HSUS.

De acordo com a HSUS, mais de 60 cães são usados em experimentos de laboratório nos EUA todos os anos, incluindo testes de toxicidade para pesticidas, drogas, implantes dentários e outros produtos.

Foto: The HSUS/Divulgação
Foto: The HSUS/Divulgação

Kitty Block, presidente e CEO da Humane Society dos Estados Unidos e presidente da Humane Society International, disse: “As descobertas perturbadoras feitas nesta instalação infelizmente não são únicas.

Experimentos estão acontecendo em centenas de laboratórios a cada ano nos Estados Unidos, com mais de 60 mil cães sofrendo”.

“Mas isso não quer dizer que este tenha que ser o destino desses 36 beagles. Durante meses, temos insistido com a Dow para finalizar esse teste desnecessário e liberar os cães para nós”.

Kitty afirma que foram realizados esforços consideráveis para ajudar a empresa a liberar os animais, mas agora a ONG simplesmente não vai esperar mais: “Todos os dias esses cães engaiolados estão sendo envenenados e se aproximam um dia a mais da morte”.

“Estamos recorrendo ao público para se unir a nós e exigir que Dow pare o teste imediatamente”, pede ela.

Kitty acredita que a HSU terá sucesso em recuperar os cães e a partir de então, trabalhará com afinco para que os beagles conheçam “a vida de verdade e sejam adotados em lares onde serão amados e protegidos”.

Foto: The HSUS/Divulgação
Foto: The HSUS/Divulgação

Especismo é o nome da doutrina que explica o comportamento deformado da humanidade em acreditar que os animais inferiores, fazendo deles meras peças à disposição de sua vontade. Segundo essa crença abominável, e que reina na maior parte da sociedade, os seres humanos podem matar, comer, ferir, se divertir, vender e dispor desses seres como bem entender.

Em oposição ao especismo, o biocentrismo prega a igualdade entre homens, natureza e animais, em proporções idênticas, sejam nas condições civis, legais ou emocionais, com direitos compartilhados a vida, comida, habitação, bem estar e amor.

Sendo a capacidade de amar, sofrer e compreender dos animais cientificamente comprovada, por que não teriam eles seu direito à vida resguardado em lugar de serem assassinados em instalações estéreis sem nem mesmo conhecerem alguma dignidade?

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