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Estudante posta vídeo em redes sociais ridicularizando coelho com câncer

17 de julho de 2013
4 min. de leitura
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Por Patricia Tai (da Redação)

O coelho, chamado por Boettcher de "Frankenstein", aparenta tem um câncer fatal. Foto: AP Photo/Gunnar Boettcher
O coelho, chamado por Boettcher de “Frankenstein”, aparenta tem um câncer fatal. Foto: AP Photo/Gunnar Boettcher

Um estudante do sul de Minnesota, nos EUA, divulgou na Internet um vídeo com imagens de um coelho que aparentemente está sofrendo de um grave tumor, e apelidou o coelho de “Frankenstein”. Segundo reportagem do Huffington Post, o vídeo tem atraído centenas de milhares de espectadores desde que foi postado.

Gunnar Boettcher, de 20 anos de idade, estudante da Faculdade Gustavus Adolphus em St. Peter, com a ajuda de seu irmão, tirou fotos e filmou o coelho, que parece ter tumores crescendo em sua cabeça, no dia 26 de junho.

“Nós tínhamos visto esse coelho ao redor de casa mas nunca tínhamos conseguido olhar de perto”, disse Boettcher. “Mas nós fomos na direção dele naquele dia e ele não correu como normalmente fazia”. No vídeo, intitulado “O coelho mais assustador do mundo”, Boettcher fala com acento australiano, na intenção de imitar o ex-apresentador do programa de tv “Crocodile Hunter”, Steve Irwin.

Boettcher postou o vídeo no Facebook, e um amigo postou no Reddit. Dentro de quatro dias, mais de 200 mil pessoas tinham visualizado, de acordo com o The Free Press of Mankato. Após a postagem, Boettcher comentou que viu o coelho novamente em uma noite, e que acreditava que o animal tinha um papiloma, que é um tipo de câncer.

Joe Stangel, supervisor de vida selvagem para o Departamento de Recursos Naturais (DNR) do estado, disse que ele também suspeita disso mas está esperando confirmação de um veterinário. Não é uma doença incomum em coelhos, disse Stangel, mas ele disse nunca ter visto nessa parte do corpo. “Geralmente é uma doença fatal”, declarou o supervisor, e deixou claro que o DNR deverá “deixar a natureza seguir o seu curso”.

Algumas pessoas comentaram o vídeo dizendo que não foi algo bondoso da parte de Boettcher. Outros disseram que era errado rir de uma doença que certamente matará o animal, e alguns afirmaram que ele tinha a responsabilidade de buscar ajuda de um veterinário.

Mas o criador do vídeo discorda. “É uma grande ideia tentar ajudar o coelho e buscar curá-lo, mas um pouco ridículo me culparem por não tê-lo ajudado ou levado ao veterinário, uma vez que é um coelho selvagem”, disse ele. “Isso está se tornando uma questão de direitos animais… era para ser apenas uma brincadeira entre meu irmão e eu”, concluiu Boettcher.

Nota da Redação: A Internet e as suas redes sociais são como páginas em branco nas quais as pessoas têm a liberdade de postar o que quiserem. Nunca a informação trafegou de forma tão rápida; em nenhum tempo o poder de se publicar o que se quer de forma gratuita foi tão amplo. Os fatos são únicos, mas muitas são as possibilidades de serem abordados. Esse rapaz nitidamente abusou de uma situação deplorável de um animal desprovido de recursos e de ajuda, e fez algo para simplesmente ‘aparecer’. Irônico é o prazer por parte de alguns, de aparecer de um modo negativo, como foi o dele, uma vaidade às avessas. Tudo foi pautado pelo desrespeito, pela zombaria e pelo mau gosto. Nós, humanos, temos um aparato intelectual e físico que nos permite grandes feitos, coisas elevadas e dignas, como salvar vidas, impedir o atropelamento de um animal, resgatar um animal ferido ou abandonado, dar água e alimento, pedir ajuda, educar, enfim, mobilizar nosso aparelho motor em auxílio daqueles que não podem fazê-lo ou se encontram em uma situação de perigo ou doença. A lista é infinita e está toda ao nosso alcance. No entanto, muitos utilizam esse grande aparelhamento exatamente para o contrário: matar, agravar, subjugar, ridicularizar. Que possamos refletir e passar a utilizar cada vez mais tudo o que temos em mãos para aliviar a dor e o sofrimento dos menos favorecidos, sendo que esses totalmente indefesos e sem reconhecimento de direitos na atualidade são, sem sombra de dúvida, os animais não-humanos.

Facilitaria muito se Boettcher se perguntasse, antes de fazer o que fez, o que ele sentiria se ele fosse esse animal. Se estivesse doente, ele gostaria de virar motivo de brincadeira na Internet? Colocar-se no lugar do outro – e o ‘outro’ é sim, também, o animal não-humano – sempre pode ser um recurso útil antes de se fazer qualquer coisa.

Por fim, podemos dizer ao rapaz: que bom que isso se tornou uma questão de direitos animais!

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