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Em apoio aos 12 ativistas presos injustamente

30 de junho de 2011
5 min. de leitura
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O Movimento de Direitos Animais passa por um momento crucial. É urgente que nos manifestemos sobre esse caso.  No dia 22 de junho passado, 12 ativistas pelos direitos animais foram presos na Espanha, acusados injustamente. Três deles ainda estão presos, e os outros nove estão sob liberdade condicional.  Os ativistas pertencem às organizações Equanimal e Igualdad Animal, que sempre se caracterizaram por ações de educação pacífica. Os ativistas são acusados, inclusive, de terrorismo, numa completa distorção de suas atividades.

Esse caso faz parte de uma estratégia de criminalização do Movimento de Direitos Animais. Devemos nos manifestar sobre assunto em apoio aos ativistas presos injustamente, e também em defesa da liberdade de expressão. Silenciar aqueles que fazem críticas às injustiças presentes na sociedade é típico das ditaduras. É a primeira estratégia de quem sabe que as práticas criticadas são injustas. Se existissem bons argumentos a favor do especismo, por que os especistas haveriam de ter medo de debater abertamente suas idéias? A tentativa de reprimir e silenciar é uma prova de que o especismo não possui bons argumentos a seu favor, e que se baseia na lei-do-mais-forte. Quandotal repressão acontece em sociedades ditas democráticas, é a própria democracia que está em risco. Tal tipo de ditadura velada é ainda mais nociva, pois é mais difícil de ser percebida e combatida, já que a repressão se baseia em acusações falsas e distorções de fatos, e não numa repressão assumida.

Há um comunicado que vêm circulando, desde semana passada, no mundo inteiro, em apoio aos ativistas detidos. Abaixo reproduzo uma tradução para a língua portuguesa. Vários grupos de Direitos Animais, em vários países, têm enviado mensagens e feito manifestações frente a embaixadas. É importante que repassemos esse manifesto, pois até então os grupos de Direitos Animais brasileiros parecem não ter aderido. É necessário que enviemos mensagens ao consulado espanhol, manifestando nossa adesão ao comunicado. Se possuímos um blog, grupo ou site, que publiquemos o comunicado.

Uma petição online que reivindica a liberdade para os ativistas também está sendo divulgada. Pode ser acessada aqui: http://www.thepetitionsite.com/1/free-the-spanish-12—animal-rights-activism-is-not-terrorism-libertad-para-los-activistas/. É importante que o comunicado seja divulgado sem alterações. Os representantes dos ativistas solicitaram que o texto do comunicado não fosse alterado, pois isso pode prejudicar as ações jurídicas com vistas a libertar os ativistas. Reproduzo, abaixo, a tradução do comunicado:

_______________

COMUNICADO DE IMPRENSA EM APOIO AOS ATIVISTAS INJUSTAMENTE ACUSADOS E CRIMINALIZADOS POR DEFENDER OS ANIMAIS.

A organização  ………………  comunica seu apoio aos ativistas injustamente detidos e criminalizados por defender os animais.

Na manhã de 22 de junho de 2011, as forças de ordem e segurança do estado entraram nas casas de 12 ativistas do Estado espanhol nas regiões de Madrid, Astúrias, Euskadi e Galícia. Doze ativistas que colaboram ou colaboraram nas organizações em defesa dos animais fundação Equanimal e a associação Igualdade Animal. Depois de vários dias nas masmorras da Guarda Civil e seguindo as declarações ante ao juiz, três deles permanecem em prisão preventiva enquanto o resto está em liberdade condicional com encargos.

Embora as ações feitas por esses ativistas sempre tenham sido pacíficas, agentes da Guarda Civil fizeram uma caracterização própria de uma operação antiterrorista, interditando as ruas ao redor dos domicílios dos ativistas, entrando fortemente armados e usando balaclavas nos domicílios particulares de alguns deles, e até mesmo entrando nas casas das mães de dois dos ativistas. Tudo isso para fazer um registro que apreendeu dezenas de computadores, discos rígidos, câmeras e diversos materiais que usam para seu trabalho diário.

Após o registro foram presos e levados em furgões policiais a Santiago de Compostela, Pontevedra e à Coruña, onde passaram três dias incomunicáveis nas masmorras dessas cidades e em greve de fome em protesto pelas prisões.

Os ativistas são acusados de vários delitos, incluindo os relacionados com as libertações massivas de visões. Ações com as quais os acusados e acusadas não possuem nenhuma relação.

Eles também são acusados de associação ilícita, apesar da Igualdade animal e Equanimal serem duas organizações legalmente constituídas, cujo trabalho é baseado em divulgar para a sociedade a terrível situação que padecem os animais em diversos âmbitos, sempre mostrando quem são e por que o fazem. Ações que inclusive têm convidado jornalistas que lhes têm acompanhado, e que posteriormente têm obtido uma ampla repercussão nos meios de comunicação, tanto a nível nacional como internacional. Apesar disso, o juiz considerou que três dos ativistas deveriam ser colocados em prisão preventiva, enquanto os nove restantes foram colocados em liberdade com acusações à espera de julgamento.

Os meios de comunicação, por sua vez, de forma quase generalizada, e apesar de não terem qualquer prova, violaram os direitos dos acusados e acusadas ignorando a presunção de inocência, rotulando-os de “eco-terroristas” e violentos e até mesmo afirmando que essas organizações ensinavam a fabricar explosivos a partir de seus sites. Algo absolutamente falso e ultrajante.

Essas prisões são uma mostra clara do processo de repressão e criminalização sob o qual se encontra o Movimento de Direitos Animais. Um processo que afeta a todas e todos por igual, já que é uma mostra do que pode acontecer quando o trabalho de qualquer pessoa ou organização prejudica os interesses de negócios fortes e influentes, como sucede no caso da indústria de peles.

Por tudo o que foi exposto, exigimos que os três ativistas em prisão preventiva sejam postos em imediata liberdade, assim como o fim desse processo injusto pelo qual se procura reprimir o Movimento de Direitos Animais.

Contatos de mídia:

Javier Moreno
Tel. 691 054 172
[email protected]

Contato de mídia internacional:

Sharon Núñez
Tel. 674 216 012
[email protected]

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