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ONG faz campanha para uso de coleira com produto manipulado contra leishmaniose

14 de maio de 2011
3 min. de leitura
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Por Danielle Bohnen (da Redação – Argentina)

A decisão do Movimento Argentino de Proteção Animal de Corrientes, MAPAC, de impregnar gratuitamente com um produto especial as coleiras dos animais e a acusação feita contra os veterinários de visarem lucrar com o problema, levantou uma polêmica em torno da questão da prevenção da leishmaniose.
Foto: Diário Época

De acordo com o Diário Época, a professora da Universidade Nacional de Misiones (UNAM), doutora em genética clínica do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas (CONICET), Carola Cheroki, realizou uma pesquisa sobre a prevenção da leishmaniose na província de Misones. O trabalho realizado pela MAPAC está aprovado, de acordo com as conclusões de seu estudo.

“O que fez a MAPAC está correto e não é ruim. Assim, uma pessoa que não tem condições de comprar a coleira especial que custa em torno de 95 pesos, também pode proteger seu animal”.

Cheroki agrega ainda que “as pessoas que tem poder aquisitivo maior, devem comprar a coleira scalibur”. Mas previne que apenas a coleira não assegura prevenção total, portanto devem-se tomar outras medidas ambientais. Tais informações devem ser passadas para a sociedade a fim de conscientizar as pessoas dos métodos de prevenção, tais como, a limpeza adequada das casas com kaotrina, higiene nas ruas e dedetização em escala pequena ao redor das casas.

O custo para impregnar uma coleira com o produto é de 16 centavos e o período de duração vai de 21 a 30 dias, sendo necessária a reaplicação após esse período. Cheroki explica que deve-se banhar a coleira com o produto e só depois de totalmente seca na horizontal, pode colocar no animal. A coleira não pode entrar em contato com água, pois, dessa maneira, o produto sai e o animal fica à mercê da doença. Cheroki aclara ainda que as coleiras de nylon têm melhor absorção do produto e realizando bem o procedimento, colocando a quantidade de produto em doses corretas “não representa risco nem para o cão, nem para as pessoas”.

O nome do produto não foi divulgado, pois trata-se de uma droga feita por médicos veterinários nos consultórios, misturando alguns produtos em doses certas. Os especialistas preferem manter em segredo o nome dos produtos utilizados a fim de evitar que a comunidade realize manipulação, afetando, assim, a saúde do animal e humana.

De acordo com Cheroki, “o produto utilizado para impregnar as coleiras, trata-se de um veneno extremamente tóxico para insetos, mas pouco prejudicial à saúde canina e humana, por isso é de acesso livre. Pode-se comprar em qualquer supermercado”.

Carola Cheroki cita o Brasil como um exemplo de prevenção da leishmaniose. “No Brasil, há casos humanos há 40 anos, A primeira metodologia aplicada foi a eutanásia canina. Entretanto, foi comprovado que eliminando os animais não se reduz a quantidade de picadas de mosquitos e continua havendo pessoas infectadas e mortas”.

Ela explica ainda que “a nova campanha do Brasil é de coleiras com a droga retirada da flor de crisântemo ou é produzida de forma sintética em laboratório. O inovador da coleira, é que a droga é seca. Um pó se desprende da coleira e gruda na pele do cão. Assim, quando o cão está com a coleira, reparte o repelente pela casa e gera uma camada protetora no ambiente”.

Com base nessas informações a MAPAC realiza campanha de impregnacão de coleiras de forma gratuita todos os domingos no parque Cambá Cuá, em Misiones.

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