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Templo dos Tigres na Tailândia é suspeito de tráfico de vida selvagem e maus-tratos

20 de fevereiro de 2015
3 min. de leitura
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(da Redação)

Felinos selvagens são maltratados desde filhotes, e frequentemente dopados, para parecerem mansos e serem explorados para fotos com turistas. Foto: Flickr
Felinos selvagens são maltratados desde filhotes, e frequentemente dopados, para parecerem mansos e serem explorados para fotos com turistas. Foto: Flickr

Locais que permitem a interação de turistas com animais selvagens têm se proliferado nos últimos tempos. O maior interesse dos turistas que frequentam essas atrações é o de tirar fotos ao lado desses animais, para serem exibidas nas redes sociais. Esse contato parece ser uma experiência incrível, mas muita gente não sabe o que acontece nos bastidores de tais atrações turísticas.

O “Templo dos Tigres” (“Tiger Temple”), na Tailândia, é um dos exemplos mais conhecidos do mundo entre os locais onde turistas podem passar o dia com tigres, a um preço bastante acessível. Embora o Templo afirme estar preocupado com o bem-estar dos seus animais e dedicado à promoção de esforços de preservação, na realidade, ele é uma organização falsa e que visa apenas explorar tigres visando o lucro. As informações são do One Green Planet.

A Care for the Wild International realizou uma série de investigações secretas no Tiger Temple e descobriu que os animais são submetidos ao extremo calor e deixados em gaiolas onde mal podem se mover, durante 20 a 21 horas por dia. O Templo opera um programa de reprodução em cativeiro no qual os filhotes são retirados de suas mães e são abusados fisicamente para aprenderem a ficar submissos a humanos.

O estabelecimento, que foi acusado de maltratar os animais e traficá-los para dentro e fora da instalação, por muitas vezes, provavelmente será punido realmente desta vez. Autoridades tailandesas invadiram o local e apreenderam pelo menos 100 tigres e 38 pássaros hornbills.

Cherdchai Charipanya, diretor do Departamento de Recursos Naturais e Meio Ambiente da província de Ratchaburi, explica que está sendo verificado se a instalação tinha as licenças necessárias para os animais. Dado que a Tailândia é um dos maiores centros do mundo para o tráfico de animais selvagens, há uma alta probabilidade do Tiger Temple ser culpado de contribuir para este comércio.

Locais como o Tiger Temple são conhecidos por negociar os seus tigres mais velhos quando eles não são mais “engraçadinhos” ou “rentáveis”. No mercado negro, partes de corpos de tigre pode valer mais do que o animal vivo, e se ninguém monitora os animais dentro e fora da instalação, o comércio de vida selvagem pode ser executado sem controle.

O abuso sobre os tigres no Tiger Temple deveria ser o suficiente para justificar o fechamento do local; no entanto, este não foi o caso. Espera-se que a investigação leve organizações como essas a repensar o seu modelo de negócios e abandonar completamente o comércio de felinos selvagens. Embora os resultados ainda estejam em andamento, as autoridades afirmam que o objetivo desta incursão não é apreender animais selvagens, mas trazer ação legal e sanções para os infratores no sentido de dissuadir outros de atividades similares.

Enquanto a maré não se volta contra atrações que exploram animais em cativeiro, este é certamente mais um passo na direção certa. Como consumidores, as pessoas têm um papel na dissolução dessa prática, através do boicote. Ter a chance de tirar uma foto com um tigre custa a liberdade e o bem-estar dos animais.

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